Padre Marcelo Rossi, conhecido como uma das figuras religiosas mais populares do Brasil, é frequentemente lembrado por seu trabalho na música religiosa, sendo detentor do segundo CD mais vendido da história. Sua visibilidade na televisão, especialmente em programas de domingo, atraiu tanto fãs quanto críticas. Essa fama, no entanto, também lhe trouxe um problema significativo com o Vaticano.
O padre foi investigado pelo Vaticano de 1998 até 2009, após uma denúncia anônima feita por um religioso brasileiro. As acusações incluíam práticas de culto ao personalismo e exibicionismo excessivo, além de críticas sobre como suas missas estavam se afastando das tradições católicas, sendo comparadas a um “circo”. A investigação estava a cargo do Dicastério para a Doutrina da Fé (DDF) e, na época, era liderada por Joseph Ratzinger, que mais tarde se tornaria o Papa Bento XVI.
Durante esse período, o DDF frequentemente recebia gravações de participações de Padre Marcelo em programas como “Domingo Legal” e “Domingão do Faustão”, que eram conhecidos por seu conteúdo controverso. Entre 2004 e 2005, houve a possibilidade de que o padre e o Bispo Dom Fernando fossem convocados pelo Vaticano para prestar explicações, mas esses planos foram adiados devido à morte do Papa João Paulo II.
A pressão para punir Padre Marcelo estava presente, e se as acusações tivessem sido confirmadas, ele poderia ter sua capacidade de celebrar missas, ouvir confissões e lançar novos trabalhos suspensa. O denunciante, até hoje, permanece em anonimato.
Em outro episódio, em maio de 2007, durante a visita de Bento XVI ao Brasil, Padre Marcelo esperava se encontrar com o pontífice, mas foi impedido de fazer isso. Funcionários do DDF alegaram que seria inadequado para o papa ser visto ao lado de alguém que estava sob investigação. Inicialmente, o padre negou a situação, mas posteriormente confirmou que realmente havia sido barrado.
As investigações do DDF foram encerradas em 2009, e Padre Marcelo foi inocentado de todas as acusações. No ano seguinte, ele teve a oportunidade de se encontrar com Bento XVI e recebeu o prêmio de “Evangelizador Moderno”. Até hoje, a Assessoria de Imprensa do sacerdote afirmou não ter conhecimento sobre os detalhes das investigações.



