O Exército da Ucrânia anunciou nesta terça-feira, 18 de outubro, que realizou ataques a alvos militares localizados no território da Rússia utilizando mísseis do modelo ATACMS, um sistema de mísseis táticos fabricado nos Estados Unidos. Essa operação foi considerada pelos militares ucranianos como um importante desenvolvimento em suas ações defensivas.
O comunicado do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia afirmou que o uso de armamentos de longo alcance, como os ATACMS, será mantido nas operações futuras. Esses mísseis balísticos, que possuem um alcance de até 300 quilômetros, podem carregar ogivas pesando cerca de 170 quilos, o que os torna uma ferramenta poderosa em combate.
Em novembro de 2024, o ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a usar esses mísseis em território russo. Contudo, essa é a primeira vez que a Ucrânia confirma abertamente a utilização dos sistemas avançados fornecidos pelos EUA contra alvos na Rússia. Tradicionalmente, os mísseis ATACMS podem ser lançados de plataformas como o Sistema de Foguetes de Lançamento Múltiplo (MLRS) ou o Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (HIMARS), ambos disponibilizados pela assistência militar dos EUA.
Os mísseis ATACMS têm a capacidade de atingir áreas profundas dentro da Rússia, o que é uma vantagem estratégica significativa para a Ucrânia. Embora não esteja claro quantos desses mísseis a Ucrânia possui atualmente, a fabricante Lockheed Martin declarou no ano passado que produz cerca de 500 unidades anualmente.
A Ucrânia e seus aliados têm argumentado que a permissão para realizar ataques dentro da Rússia é essencial para melhorar a defesa ucraniana, especialmente considerando que quase 20% do território ucraniano está ocupado pelas forças russas. Após a suspensão de restrições por Biden para que a Ucrânia atacasse a Rússia, a gestão do atual presidente, Donald Trump, havia inicialmente criticado essa decisão.
Além dos ATACMS, a Ucrânia também expressou interesse em adquirir mísseis Tomahawk, que têm um alcance de até 2.500 quilômetros, afirmando que esses armamentos ajudariam a pressionar a Rússia a entrar em negociações de paz. Apesar de Trump ter indicado anteriormente que considerava a venda desses mísseis, ele afirmou em novembro deste ano que essa possibilidade não estava sendo seriamente considerada.



