Os dados preliminares do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 9 de novembro, revelaram que os moradores de Nova Lima, em Minas Gerais, possuem a maior renda média do trabalho do Brasil, com um valor de R$ 6.929 mensais em termos nominais. O levantamento destaca, ainda, que as cidades com os maiores rendimentos estão concentradas nas regiões Sudeste e Sul do país.
Em segundo lugar no ranking das cidades com maior renda média estão os habitantes de São Caetano do Sul (SP), com R$ 6.167, seguidos por Santana de Parnaíba (SP) com R$ 6.081, Petrolândia (SC) com R$ 5.989, Vespasiano Corrêa (RS) com R$ 5.779, entre outros. Até o décimo lugar, todos os municípios listados pertencem a essas regiões mais ricas do Brasil.
Por outro lado, o levantamento também revelou disparidades significativas, com todos os dez municípios de menores rendimentos localizados na região Nordeste. Cachoeira Grande (MA) registrou a menor média de renda, com apenas R$ 759 mensais. Outras cidades com rendimentos baixos incluem Caraúbas do Piauí (PI) com R$ 788 e Mulungu do Morro (BA) com R$ 805.
Esses resultados evidenciam a desigualdade no mercado de trabalho brasileiro, com trabalhadores de Nova Lima recebendo salários 813% superiores aos de Cachoeira Grande. A média nacional de rendimento para trabalhadores brasileiros em 2022 foi de R$ 2.851, e cerca de 9,3% dos municípios, totalizando 520 cidades, apresentaram rendimentos abaixo do salário mínimo, que na época era de R$ 1.212.
Em 2022, os rendimentos do trabalho representaram 75,5% do rendimento domiciliar total, enquanto os 24,5% restantes vieram de outras fontes, como aposentadorias e programas de transferência de renda. As regiões demonstraram diferenças significativas: no Nordeste, o peso da renda do trabalho na renda total das famílias foi de 67,9%, enquanto no Centro-Oeste essa proporção subiu para 80,6%. O Piauí apresentou a menor participação em rendimento do trabalho, com 64,3%, enquanto Mato Grosso registrou a maior, com 84,5%.
Os municípios com a maior participação do trabalho na renda domiciliar estão concentrados no Centro-Oeste, com destaque para Querência (MT), onde 93,7% da renda é proveniente do mercado de trabalho. Em contrapartida, as cidades com menores percentuais estão no Nordeste, como Vera Mendes (PI), onde apenas 23,0% da renda vem do trabalho.