A confiança do consumidor brasileiro apresentou um aumento pelo segundo mês consecutivo em abril, impulsionada pelo crescimento nas expectativas futuras, conforme revelado por dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 0,5 ponto, alcançando 84,8 pontos no mês.
Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE, ressaltou que, apesar da alta, a confiança dos consumidores ainda recupera apenas 11% das perdas observadas entre dezembro de 2024 e fevereiro deste ano. “O resultado de abril é impulsionado pela melhora das expectativas futuras, principalmente em relação à situação econômica local”, acrescentou.
Os dados indicam que o Índice de Expectativas (IE) registrou uma variação positiva de 0,7 ponto, subindo para 88,1 pontos em abril. Em contrapartida, o Índice da Situação Atual (ISA) avançou apenas 0,1 ponto, atingindo 81,1 pontos.
Entre os indicadores que avaliam as perspectivas futuras, destacam-se os que medem a situação econômica local e a situação financeira da família, que cresceram 2,7 e 1,1 pontos, respectivamente, para 102,0 e 85,8 pontos. No que diz respeito à avaliação do momento atual, apenas um dos dois indicadores avançou: a situação econômica local atual aumentou 0,7 ponto, chegando a 91,9 pontos.
Apesar dessas melhoras pontuais, a confiança do consumidor ainda reflete um pessimismo generalizado, especialmente entre famílias de renda mais baixa, cuja confiança caiu pelo quinto mês consecutivo, conforme observou Gouveia.
A FGV também destacou que o aumento na confiança em abril ocorreu apenas entre consumidores com renda entre R$2.100,01 e R$9.600,00. Os consumidores com rendas superiores ou inferiores a esse intervalo apresentaram uma queda no sentimento. Essa situação ressalta a disparidade nas percepções econômicas entre diferentes faixas de renda no Brasil.