BRASÍLIA (Reuters) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira que a criação de uma delegacia na Receita Federal para o combate à lavagem de dinheiro está sendo avaliada. A proposta surge após operações que envolveram a Receita e outras autoridades, revelando o uso de estabelecimentos legais para atividades ilícitas pelo crime organizado.
“A decisão é implementar uma delegacia dedicada ao aprofundamento de investigações nessa área”, afirmou Haddad durante entrevista à imprensa na sede do ministério. Ele destacou que a iniciativa já está sendo encaminhada para o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) e que a autorização deve ser solicitada nas próximas semanas.
Paralelamente, nesta quinta-feira, a operação “Spare” foi desencadeada como continuação da investigação sobre fraudes no setor de combustíveis e suspeitas de associação entre facções criminosas e empresas financeiras, que teve início com a operação “Carbono Oculto”, lançada no final de agosto.
A Receita Federal informou que os alvos da operação utilizavam postos de combustíveis, empreendimentos imobiliários, motéis e lojas de franquias em diversas cidades do estado de São Paulo como mecanismos para a lavagem de dinheiro, ocultação de bens e sonegação fiscal. O grupo investigado movimentou mais de R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024, enquanto o montante de impostos federais recolhidos foi de apenas R$ 4,5 milhões.