O gestor da Verde Asset, Luis Stuhlberger, criticou a postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à economia americana, especialmente no que diz respeito à imposição de tarifas. Durante um evento promovido pelo UBS Wealth Management em São Paulo, na terça-feira (25), ele afirmou que as tarifas são vistas por Trump como um dos principais legados de sua administração, apesar de essa estratégia não ter se mostrado eficaz ao longo da história.
“Tarifas nunca deram certo na história econômica do mundo e não será agora que isso mudará. Essa abordagem prejudica a competitividade natural dos países”, enfatizou Stuhlberger. Ele também destacou os riscos da autoconfiança excessiva do presidente em questões econômicas.
No final de julho, o governo americano havia aplicado uma tarifa de 50% em uma variedade de produtos brasileiros, mas, na última semana, retirou a sobretaxa de 40% sobre mais de 200 itens, resultado de negociações com o Brasil e outras nações afetadas.
Eleições de Meio de Mandato
Stuhlberger apontou que Trump inicia seu segundo mandato com a percepção de uma “missão inacabada”, focando especialmente na economia e na balança comercial. Contudo, o gestor notou que, apesar das tarifas, a situação econômica não sofreu mudanças significativas. “A economia está indo bem, e a inflação nos EUA se mostra menor do que o esperado, tanto em termos atuais quanto nas previsões”, afirmou.
Ele ressaltou que o maior desafio para Trump será político, uma vez que sua popularidade diminuiu em comparação ao início do primeiro mandato e está abaixo da média entre os republicanos. “Se ele perder uma das casas nas midterm elections (eleições de meio de mandato), o restante de seu governo poderá ser substancialmente mais fraco”, completou.
Dólar e Postura Externa dos EUA
Em relação ao câmbio, Stuhlberger classifica o recente enfraquecimento do dólar como um fenômeno temporário, com o Federal Reserve desempenhando um papel central nas próximas flutuações. “O mercado já está mais otimista em relação a uma liderança razoável no Fed, o que pode trazer algum grau de estabilidade”, observou.
O gestor também comentou sobre a nova postura externa dos EUA, que parece ir em contracorrente em relação a seus aliados tradicionais. “No final, o pragmatismo prevalece. O que realmente importa é o comércio e manter boas relações econômicas”, concluiu.



