A atividade econômica nos Estados Unidos apresentou pouca variação nas últimas semanas, de acordo com o Relatório Beige do Federal Reserve (Fed) divulgado nesta quarta-feira. O documento revela que, embora o emprego tenha mostrado sinais de fraqueza em aproximadamente metade dos 12 distritos do banco central, os gastos dos consumidores também diminuíram, levantando preocupações sobre um possível abrandamento no mercado de trabalho.
O relatório indica que a maioria dos distritos não registrou alterações significativas desde a última avaliação, com dois distritos apontando um leve declínio e um apresentando crescimento modesto. A demanda por mão de obra diminuiu, com cerca de 50% dos distritos relatando menos contratações. Embora houvesse um aumento nos anúncios de demissões em massa, muitos distritos indicaram uma tendência de congelamento nas contratações, realocação de funcionários e baixa rotatividade, ao invés de demissões em larga escala.
Além disso, publicado duas semanas antes de cada reunião do Fed sobre política monetária, o Relatório Beige tem como objetivo fornecer informações atualizadas sobre a saúde da economia americana. A intervenção do relatório se torna ainda mais relevante devido à recente paralisação do governo, que durou 43 dias, dificultando a disponibilização de dados mais recentes. Após a paralisação, o fluxo de informações emissora foi retomado, mas os dados disponíveis se referem, em grande parte, a um período anterior ao início da suspensão, limitando novas percepções sobre a economia.
Expectativas para Novos Cortes de Juros
Um dos indicadores mais recentes sugere que o mercado de trabalho mantém-se relativamente estável, embora utilize a nomenclatura “mais brando”. Os novos pedidos de auxílio-desemprego recuaram para o menor patamar desde abril, mas o número de beneficiários que continuam recebendo assistência estabilizou-se em níveis elevados, indicando que encontrar um novo emprego tem se tornado mais desafiador.
Os mercados futuros de juros indicam uma alta probabilidade de um terceiro corte consecutivo de 0,25 ponto percentual na reunião do Fed, agendada para os dias 9 e 10 de dezembro. Inicialmente, a decisão era incerta, com divergências entre os formuladores de políticas sobre a necessidade de mais afrouxamento monetário para sustentar o mercado de trabalho e as preocupações vinculadas à inflação acima da meta de 2% do banco central.
Entretanto, a perspectiva para um corte de juros ganhou força após declarações do presidente do Fed de Nova York, John Williams, que sugeriu a possibilidade de reduzir a taxa básica “no curto prazo”. Qualquer decisão climática em dezembro poderá ocorrer apesar de objeções internas, acompanhada por novas previsões que ilustrarão a disposição do Fed em cortar ainda mais os juros em 2024.



