O dólar alcançou nesta sexta-feira (12) patamares inéditos em 2024, chegando próximo aos R$ 5,15 durante o pregão.
Embora tenha havido um leve recuo no final do dia, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,60%, cotada a R$ 5,1212, marcando o maior valor de fechamento desde 9 de outubro.
Essa tendência levanta questionamentos sobre a previsão de fortalecimento do real, que ganhou força no ano passado. No entanto, muitos no mercado estão revendo suas projeções, com o real perdendo terreno em relação ao que se imaginava anteriormente.
Por exemplo, o Itaú BBA reajustou sua projeção de câmbio para R$ 5,00 por dólar em 2024, ante a expectativa anterior de R$ 4,90.
Essa mudança é reflexo de um cenário externo mais desafiador, com pressões que incluem a manutenção do dólar forte e a postergação dos cortes de juros nos Estados Unidos.
Apesar do dólar em alta, fatores como o bom desempenho da balança comercial podem melhorar o cenário para o real até o final do ano.
No entanto, a próxima segunda-feira (15) traz um novo desafio, com o vencimento de NTN-A, títulos indexados ao câmbio, o que pode gerar uma pressão adicional sobre o câmbio brasileiro.
A divulgação dos dados de inflação nos EUA esta semana também contribuiu para a pressão sobre o dólar. Com a leitura acima do esperado, o mercado está reavaliando suas expectativas em relação aos cortes de juros pelo Fed, o banco central americano.
Além disso, fatores fiscais internos e riscos geopolíticos, como os conflitos no Oriente Médio, estão adicionando volatilidade ao mercado cambial. No entanto, analistas ressaltam que a resistência do dólar não significa necessariamente uma fraqueza do real, que possui características mais realistas em relação ao comportamento das commodities e à política monetária doméstica.
Apesar dos desafios, alguns aspectos como os resultados favoráveis da balança comercial e as reservas internacionais robustas podem favorecer uma recuperação do real a médio prazo. O desfecho da situação fiscal e a trajetória da política monetária serão determinantes para os rumos do câmbio nos próximos meses.