O governo federal anunciou um novo modelo de crédito imobiliário que visa facilitar a aquisição da casa própria, com foco especial em famílias da classe média que não se enquadram nas condições do programa Minha Casa, Minha Vida e que enfrentam dificuldades devido aos altos juros do mercado imobiliário.
O plano, aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), eleva o teto para o valor dos imóveis a serem financiados de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, limita os juros a 12% ao ano e prevê a liberação de R$ 111 bilhões em novos financiamentos a partir de 2027.
A seguir, são apresentadas respostas para as principais dúvidas sobre o novo modelo de crédito.
Motivação da Mudança
Nos últimos anos, os saques da poupança aumentaram, resultando em uma diminuição dos recursos disponíveis para crédito imobiliário. Esse cenário deixou muitas pessoas sem opções para financiar imóveis, mesmo aquelas com boa renda.
O novo modelo visa mitigar esse problema, permitindo que os bancos utilizem parte dos recursos que estariam parados no Banco Central, conhecidos como depósitos compulsórios, para aumentar a oferta de financiamentos habitacionais.
De acordo com o Banco Central, essa alteração deve injetar mais dinheiro na economia e facilitar o acesso ao crédito com juros reduzidos.
Beneficiários do Novo Modelo
A nova modalidade de crédito se destina a famílias com renda mensal entre R$ 12 mil e R$ 20 mil. Esse grupo não se encaixa nas faixas do programa Minha Casa, Minha Vida e, ao mesmo tempo, não consegue arcar com as altas taxas cobradas pelos bancos privados.
O ministro das Cidades, Jader Filho, informou que a Caixa Econômica Federal deve oferecer cerca de 80 mil novos financiamentos até 2026 sob as novas diretrizes.
Principais Condições do Financiamento
As novas condições aplicar-se-ão a financiamentos no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que utiliza recursos da poupança.
Anderson Morais, diretor comercial da BRZ Empreendimentos, destacou que, por se tratar de um recurso mais barato, as taxas de juros devem ficar próximas do teto estabelecido, tornando o financiamento mais atrativo.
Prazo de Implementação
O novo modelo começará a ser implementado em janeiro de 2027, com uma fase de transição iniciando em 2025.
Atualmente, 65% dos recursos da poupança devem ser alocados ao crédito imobiliário, enquanto 20% ficam retidos no Banco Central. Com as novas regras, parte desses fundos será gradualmente liberada, potencialmente aumentando a oferta de crédito antes mesmo de 2027.
Segundo o Banco Central, a nova abordagem deve gerar R$ 111 bilhões em crédito habitacional no primeiro ano, um aumento de R$ 52,4 bilhões em relação ao modelo anterior. Deste total, R$ 36,9 bilhões serão disponibilizados imediatamente.
A expectativa é que essa mudança estimule o setor da construção civil, promovendo a criação de empregos e impulsionando a compra de imóveis, especialmente de médio padrão.
Resumo das Mudanças para Compradores de Imóveis
- O limite de financiamento sobe para R$ 2,25 milhões
- A Caixa financiará até 80% do valor do imóvel
- Os juros serão limitados a 12% ao ano
- Possibilidade de utilização do FGTS na entrada ou nas parcelas
- O novo modelo começará a ser implementado gradualmente a partir de 2025
Comparativo: Antes e Depois da Medida
Antes da medida | Agora | |
---|---|---|
Teto de financiamento | Até R$ 1,5 milhão no SFH | Até R$ 2,25 milhões |
Entrada mínima | 30% (com a Caixa financiando até 70%) | 20% (Caixa volta a financiar 80%) |
Juros | Entre 11% e 13,5% ao ano + TR | Teto de 12% ao ano |