As taxas do Tesouro Direto registraram alta nesta terça-feira, 14 de novembro, refletindo um clima negativo nos mercados internacionais e a busca de investidores por ativos mais seguros. O destaque foi o Tesouro IPCA+ 2029, que alcançou a maior taxa de juro real do ano, com 8,09%, superando a marca anterior de 8,08% registrada na última sexta-feira, 10 de novembro. Essa oscilação foi impulsionada por tensões geradas pelas ameaças tarifárias do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que provocaram instabilidade global.
O aumento das taxas foi impulsionado pela crescente aversão ao risco após a China anunciar novas sanções a empresas americanas, reacendendo preocupações sobre uma possível escalada das tensões comerciais com os Estados Unidos. Além disso, os títulos de longo prazo também apresentaram alta: o Tesouro IPCA+ 2040 teve rendimento de 7,42% e o Tesouro IPCA+ 2050 apresentou taxa de 7,12%. Dentre os títulos prefixados, os rendimentos variaram de 13,43% para 2028 até 14,02% em 2035.
A deterioração do ambiente econômico global intensificou a demanda por ativos considerados seguros, como o dólar, o ouro e títulos do governo americano (Treasuries). O rendimento do título com vencimento em dez anos caiu para 4,02%, o que indica um aumento na demanda.
No Brasil, essa dinâmica pressionou tanto os juros futuros quanto o câmbio. Às 9h31, o dólar à vista registrou alta de 0,77%, cotado a R$ 5,50, enquanto as taxas dos DIs mostraram um avanço em sintonia com a alta dos juros reais. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recuou 0,29%, atingindo 141.371 pontos, refletindo o cenário negativo no exterior e a queda dos preços do petróleo.
O mercado local também reagiu à expectativa em torno da audiência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Senado, agendada para esta manhã. Os investidores estão atentes a sinalizações sobre o Orçamento de 2026 e as medidas de compensação fiscal, especialmente após o arquivamento da MP 1.303, que tinha como objetivo aumentar a arrecadação por meio da tributação em aplicações financeiras.
Taxas do Tesouro Direto em 14 de novembro, às 9h31:
Título | Rendimento Anual | Vencimento |
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Tesouro Selic 2028 | SELIC + 0,049% | 01/03/2028 |
Tesouro Selic 2031 | SELIC + 0,1042% | 01/03/2031 |
Tesouro Prefixado 2028 | 13,43% | 01/01/2028 |
Tesouro Prefixado 2032 | 13,94% | 01/01/2032 |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2035 | 14,02% | 01/01/2035 |
Tesouro IPCA+ 2029 | IPCA + 8,09% | 15/05/2029 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 | IPCA + 7,77% | 15/05/2035 |
Tesouro IPCA+ 2040 | IPCA + 7,42% | 15/08/2040 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2045 | IPCA + 7,47% | 15/05/2045 |
Tesouro IPCA+ 2050 | IPCA + 7,12% | 15/08/2050 |
Fonte: Tesouro Direto