(Reuters) – Na última quarta-feira, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, destacou que os dados econômicos disponíveis ainda não são suficientes para prever a duração do atual “período bastante prolongado” em que a taxa Selic permanece em 15% ao ano. A declaração foi feita durante um evento promovido pelo Goldman Sachs em Washington.
David afirmou que, caso seja necessário “corrigir” a Selic, seja para aumentar ou reduzir, essa decisão será tomada de forma a garantir a estabilidade econômica. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em setembro, a Selic foi mantida em 15% pela segunda vez, com a intenção de continuar uma política monetária contracionista por um período considerável.
O diretor do BC enfatizou a importância de agir com cautela, evitando decisões precipitadas que possam ser influenciadas por “ruídos” ou por informações econômicas limitadas. Segundo ele, é fundamental que o cenário econômico esteja alinhado com o cumprimento das metas estabelecidas, o que exige paciência e segurança nas tomadas de decisão.
David ainda comentou que a interrupção do aumento da taxa de juros, ocorrida em julho deste ano, foi adequadamente recebida pelo mercado, refletindo uma avaliação correta da situação na época. Além disso, mencionou que o Brasil apresentou um crescimento robusto nos últimos quatro anos, embora as projeções para este ano indiquem que o crescimento se alinhará mais com as expectativas do mercado.
Por fim, o diretor do Banco Central ressaltou a complexidade de controlar a inflação sem uma moderação na atividade econômica, destacando que esse equilíbrio é essencial para a saúde financeira do país.