O relator do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a fusão entre Petz e Cobasi informou que ainda não há um “denominador comum” a respeito da operação. Na tarde da última sexta-feira, 17 de novembro de 2023, o órgão antitruste promoveu uma audiência pública com representantes das duas varejistas, da Petlove — terceira interessada no caso —, além de ONGs, associações, e representantes do governo federal e do Poder Legislativo.
O conselheiro José Levi Mello do Amaral Jr. destacou que o Cade está em fase de instrução complementar para fundamentar sua análise e decisão sobre a fusão. Ele explicou que o Departamento de Estudos Econômicos do Cade está revisando as questões relacionadas à concorrência e realizando novos testes de mercado, com o objetivo de criar um panorama o mais completo possível sobre o assunto. Essa análise poderá confirmar ou oferecer alternativas à recomendação inicial da Superintendência-Geral (SG) do Cade.
A fusão foi aprovada sem restrições pela Superintendência-Geral no início de junho de 2023, mas um recurso apresentado no dia 23 do mesmo mês levou o caso ao tribunal administrativo. O relator disse que atualmente não consegue prever um consenso entre os conselheiros sobre a operação, mas buscará entender as possibilidades que incluem tanto a aprovação quanto a reprovação. Em caso de aprovação, será avaliada a necessidade de medidas para garantir a concorrência.
Amaral Jr. enfatizou que, inicialmente, o Cade não propõe remédios, mas incentivará as partes envolvidas a considerar soluções alternativas. Ele também mencionou que ainda há tempo para a análise do caso, e o prazo para concluir a avaliação foi estendido em 90 dias em agosto deste ano.
O acordo para a fusão entre Petz e Cobasi foi assinado em agosto de 2024 e prevê a incorporação das ações da Petz pela Cobasi. Após a concretização da fusão, os acionistas da Petz e da Cobasi deverão receber, em proporções respectivas de 52,6% e 47,4%, da nova companhia, com a Petz se tornando uma subsidiária integral.