O Ministério das Relações Exteriores do Brasil decidiu manter em sigilo por cinco anos dois telegramas da embaixada brasileira nos Estados Unidos. Esses documentos estão relacionados ao conglomerado de proteína animal JBS e aos irmãos Joesley e Wesley Batista, que são os proprietários da empresa.
Em setembro, foi noticiado que Joesley Batista se encontrou com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante essa reunião, ele discutiu a questão das tarifas comerciais entre os dois países, propondo que as divergências poderiam ser esclarecidas através do diálogo entre os governos. Entre os tópicos abordados estavam as tarifas impostas à carne e a taxação da celulose, que posteriormente foi reduzida.
Este encontro ocorreu antes de um gesto significativo de Trump em direção ao Brasil, quando ele acenou para o presidente Lula durante a Assembleia-Geral da ONU. Esse ato deu início a negociações mais concretas entre Brasil e Estados Unidos, com a expectativa de uma reunião entre os dois líderes marcada para o próximo domingo na Malásia.
O sigilo sobre os telegramas foi determinado pelo ministro de segunda classe Kassius da Silva Pontes, que trabalha em Brasília. O primeiro documento, datado de 14 de julho, apresenta uma análise sobre os investimentos de empresas brasileiras nos Estados Unidos. O segundo telegrama, que foi produzido no dia 31 do mesmo mês, relata questões parlamentares, incluindo a criação de uma comissão temporária destinada a discutir as relações econômicas entre Brasil e Estados Unidos.
A classificação do sigilo foi divulgada por um jornal, que também confirmou a informação. O documento que oficializa esse sigilo não explica os motivos que levaram à classificação, apenas informa que se trata de um “dado classificado”.



