A Fitch Ratings rebaixou o rating da Colômbia, atribuindo-o a desafios fiscais persistentes que devem resultar em um aumento da dívida do governo em relação ao PIB no médio prazo. O anúncio, feito na noite de terça-feira, 16 de outubro de 2023, destaca a falta de uma âncora fiscal confiável, o aumento da rigidez nas despesas e possíveis restrições políticas que podem afetar a implementação de medidas para aumentar a receita. A agência acredita que esses fatores irão comprometer as perspectivas de consolidação fiscal após as eleições de 2026, independentemente do resultado eleitoral.
O rating de emissor em default em moeda estrangeira de longo prazo foi reduzido de BB+ para BB, mantendo uma perspectiva estável. A Fitch ressalta que os ratings da Colômbia são sustentados por um histórico de manutenção da estabilidade macroeconômica e financeira, em resposta a diversos choques, parcialmente devido à independência do banco central. Contudo, os altos déficits fiscais, o aumento da relação dívida/PIB, o peso da carga de juros e a dependência de commodities limitam a classificação do país.
A Fitch projeta um déficit fiscal do governo central (CG) de 6,5% do PIB para 2025, um aumento considerável em relação à previsão apresentada no final de 2024. A análise da agência também indica que cerca de 88% das despesas são destinadas a salários, pensões, transferências e pagamentos de juros, o que dificulta a implementação de cortes significativos nos gastos públicos.
Além disso, o crescimento econômico da Colômbia é estimado em 2,9% para 2026, ligeiramente superior ao crescimento de 2,7% projetado para 2025, impulsionado por um consumo robusto e uma recuperação lenta dos investimentos.
As próximas eleições presidenciais na Colômbia estão marcadas para 31 de maio de 2026. Recentemente, o partido Centro Democrático anunciou a senadora Paloma Valencia como sua candidata, indicando uma tendência em direção a uma direita moderada, preparando-se para enfrentar o sucessor do presidente Gustavo Petro.



