Os índices de ações nos Estados Unidos enfrentaram uma queda nesta quarta-feira, refletindo os impactos de dados decepcionantes sobre o emprego privado e a incerteza relacionada à paralisação do governo federal. Este cenário pode atrasar a divulgação de informações econômicas cruciais, o que aumenta as dúvidas sobre as próximas decisões do Federal Reserve.
Os operadores do mercado intensificaram as expectativas de um possível corte de 25 pontos-base na taxa de juros na próxima reunião do banco central, após o Relatório Nacional de Emprego da ADP revelar o maior fechamento de vagas no setor privado em dois anos e meio, registrado em setembro. Jamie Cox, sócio-gerente do Harris Financial Group, destacou que “a ADP pode ser um indicador mais próximo do verdadeiro nível de emprego”.
Os principais índices apresentavam os seguintes números às 14h30 (horário de Brasília):
- Dow Jones Industrial Average: queda de 0,14%, aos 46.335,33 pontos.
- S&P 500: recuo de 0,32%, alcançando 6.666,82 pontos.
- Nasdaq Composite: diminuição de 0,41%, a 22.565,63 pontos.
No S&P 500, as ações de serviços de comunicação caíram 1,5%, com empresas como Meta e Alphabet registrando perdas de 2,8% e 1,1%, respectivamente. O setor tecnológico também acompanhou a tendência de queda, com a Nvidia perdendo 0,9%.
A paralisação do governo, provocada por uma divisões políticas profundas em Washington, levanta a incerteza nos mercados. Historicamente, os mercados não têm sido significativamente afetados por paralisações – o S&P 500, por exemplo, subiu durante as últimas seis interrupções, segundo nota do Deutsche Bank. No entanto, a atual situação ocorre em um contexto de altas avaliações das ações e um clima econômico volátil.
Além disso, paralisações mais longas aumentam os riscos. Em sete ocasiões em que as interrupções duraram 10 dias ou mais, o S&P 500 apresentou quatro quedas e três altas, conforme dados da Vanguard.
O relatório de emprego fora do setor agrícola, que deveria ser divulgado na próxima sexta-feira, provavelmente será adiado devido à paralisação governamental.
Nos Estados Unidos, a aprovação de leis de financiamento pelo Congresso é essencial para a manutenção das operações governamentais. Sem um acordo, os recursos são cortados, resultando na suspensão de algumas atividades federais. Diferente de outros países, onde a rejeição de orçamentos pode levar à queda do governo, nos EUA o resultado é uma paralisação de serviços considerados “não essenciais”.