Léo Hoffmann, trader com uma carreira marcada por disciplina e uma rotina minimalista, desenvolveu um estilo de operação que sempre busca o equilíbrio entre desempenho, controle de risco e qualidade de vida. Ao longo de sua trajetória, ele fez escolhas que o guiaram em direção à consistência nos investimentos.
No episódio 242 do GainCast, Hoffmann compartilhou sua transição do setor de TI para o trading, destacando sua busca por liberdade profissional. “O que eu sempre busquei no mercado foi liberdade. Desde jovem, eu já me imaginava trabalhando de onde quisesse”, declarou.
As primeiras conquistas financeiras foram utilizadas para viagens, e com o tempo, a liberdade geográfica tornou-se uma forma de vida. “Em viagens mais longas, a gente leva os equipamentos e opera de manhã. De tarde, saímos para curtir. É como se estivéssemos morando em outro lugar”, explicou.
Adaptação e foco no controle
Hoffmann iniciou sua carreira operando Bitcoin e altcoins via swing trade. No entanto, a alta volatilidade e o mercado aberto 24 horas o levaram a mudar seu foco para a B3. “O primeiro atrativo foi a limitação de horário. Eu estava me entregando muito ao mercado”, relatou.
Após descobrir os contratos futuros, ele decidiu concentrar suas operações em índice e dólar, preferindo o day trade pela alavancagem. “Nunca fui o cara de operar ações”, enfatizou. A transição exigiu que Hoffmann ajustasse sua abordagem, adaptando-se ao ritmo acelerado do day trade, em contraste ao “tempo mais lento” que estava acostumado.
“Demorei um pouquinho para me adaptar ao tempo gráfico menor, ao risco mais dinâmico. Mas consegui”, concluiu.
Atualmente, mesmo com uma rotina nômade, marcada por viagens prolongadas e estadias em diversos países, ele mantém uma operação compacta. “Basicamente um notebook, um monitor auxiliar e internet de qualidade. Chegamos a operar até do trem-bala”, contou, referindo-se a uma operação realizada durante uma viagem na Europa.
A técnica como base e o uso da ferramenta Fluxo Real
A análise técnica sempre foi fundamental para Hoffmann. “Sempre procurei ter uma visão de gráfico maior para menor: diário, 60 e 5 minutos. Volume e médias móveis, especialmente a de 200 períodos, sempre me ajudaram bastante”, comentou.
Apesar de utilizar Fibonacci para identificar alvos, ele prefere gráficos mais limpos. “Muitos indicadores acabam confundindo mais do que ajudando”, observou. Recentemente, ele começou a usar a ferramenta Fluxo Real, criada por seu sócio Marcelo, que transforma o fluxo em gráfico, criando pontos de controle que facilitam as entradas com stops curtos, às vezes apenas de 2 ou 3 pontos no dólar.
A junção da análise técnica com a ferramenta Fluxo Real aprimorou a precisão de suas operações. “Se a análise técnica me dá uma entrada e o fluxo confirma, eu entro. Caso contrário, prefiro ficar fora. Isso ajuda a evitar muitos stops”, explicou.
Entusiasmado com essa nova fase, Hoffmann não atua apenas como trader, mas também na expansão da ferramenta Fluxo Real. “O Marcelo ficou trancado ali dentro da jaula e agora soltaram um monstrinho. Esse trabalho merece prosperar, porque facilita muito a tomada de decisão”, finalizou.
Outro aspecto relevante na rotina de Hoffmann é a parceria com sua esposa, que também é trader. “No começo, ela dizia que não era boa em cálculos e que não conseguiria. Mas eu sempre disse: qualquer um pode conseguir com estudo e prática”, comentou.
Com o passar do tempo, ambos desenvolveram métodos próprios de operação. “Na hora da performance, cada um opera no seu quadrado. Trabalhamos no mesmo escritório, lado a lado, mas sem conversar durante o pregão,” relatou. Ambos adotam uma abordagem conservadora, realizando em média quatro operações por dia, sempre com risco controlado.
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