Lançado em 17 de outubro na Netflix, o documentário “A Vizinha Perfeita” rapidamente se tornou um dos mais assistidos no Brasil, provocando reações intensas entre os espectadores. A obra aborda um caso real de intolerância que culminou em um assassinato.
O documentário, que foi feito ao longo de dois anos, narra a história de Susan Lorincz, que se mudou para um tranquilo bairro da Flórida. No entanto, para Susan, a calmaria do lugar logo se transformou em um grande incômodo. Ela começou a fazer diversas ligações para a polícia, reclamando de crianças brincando em sua propriedade.
Quando os policiais chegavam, não encontravam evidências de que as crianças estivessem invadindo a casa de Susan. Ela, por sua vez, não tinha provas para sustentar suas queixas, mas alegou que a mãe de uma das crianças, chamada Ajike “AJ” Owens, havia a agredido. Os vizinhos, no entanto, contaram uma história diferente. Segundo eles, as crianças estavam apenas brincando em um terreno vazio, que estava liberado para uso.
Sobre a suposta agressão, as testemunhas afirmaram que Ajike havia apenas respondido a gritos e ofensas dirigidas aos seus filhos por Susan, sem nunca ter a intenção de agredi-la. Mesmo após as investigações, que não encontraram nenhuma irregularidade, Susan continuou a fazer reclamações por mais de um ano, sem que sua versão fosse confirmada.
O conflito atingiu seu ponto crítico quando Ajike decidiu confrontar Susan sobre um brinquedo que a mulher havia confiscado. Em um acesso de raiva, Susan disparou um tiro através da porta, atingindo e matando Ajike. A mulher era mãe solteira de quatro filhos, e duas de suas crianças presenciaram a cena trágica. Após o caso ser investigado, Susan foi julgada e condenada por homicídio culposo, recebendo uma pena de 25 anos de prisão.
O documentário destaca como a intolerância pode levar a consequências devastadoras. Susan, uma mulher idosa e solitária, não conseguia suportar a presença das crianças brincando, que se comportavam de forma normal dentro do horário permitido. Em vez de buscar um lugar onde houvesse menos crianças, Susan decidiu usar sua frustração e intolerância contra os vizinhos, chegando ao extremo de alegar que estava em defesa própria ao atirar em Ajike, uma afirmação que não tinha embasamento, pois não havia sinal de ameaça.
A falta de comunicação entre Susan e os vizinhos agravou a situação, degenerando em conflitos cada vez maiores. Susan frequentemente se dirigia às crianças de maneira hostil, sem procurar dialogar com suas mães. A tragédia poderia ter sido evitada se houvesse um esforço para resolver os desentendimentos de forma pacífica.
Assim, a história retratada em “A Vizinha Perfeita” serve como um alerta sobre como a falta de diálogo e a incapacidade de lidar com frustrações podem resultar em ações extremas, que afetam não apenas o agressor, mas também toda a comunidade ao redor.



