Na tarde de sexta-feira, 31 de outubro, o Sindicato dos Trabalhadores da Embasa (Sindae) realizou uma reunião com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que foi contratada pela Embasa para realizar estudos sobre a revisão do Plano de Cargos, Salários e Carreiras (PCSC). Esta foi a segunda reunião entre o sindicato e a FGV. No primeiro encontro, o sindicato apresentou um documento com os dados coletados de uma consulta feita aos trabalhadores sobre o plano.
Durante 15 dias, o Sindae disponibilizou um formulário em seu site, que resultou em 435 respostas e gerou 611 sugestões organizadas em 18 categorias. Essa consulta ajudou a identificar as principais demandas e tendências dos trabalhadores.
Na reunião mais recente, a FGV apresentou um diagnóstico que se baseou em entrevistas com diferentes setores da empresa, buscando entender as atribuições de cada categoria e as necessidades de melhoria nas relações de trabalho.
Todas as 18 propostas apresentadas pelo Sindae foram rejeitadas pela FGV. Entre as sugestões do sindicato estavam o retorno da progressão vertical de carreiras do plano de 2009, incentivo à qualificação profissional, e a criação de um adicional para titulação. Além disso, o Sindae solicitou a diminuição do número de faixas salariais, a equiparação dos salários de funções de nível médio e superior, a implantação de um piso salarial para engenheiros, e a criação de novas gratificações para líderes de equipe. O sindicato também pediu a redução da jornada de trabalho para 6 horas diárias para agentes administrativos, além de discutir a reversão de funções que foram extintas, como as de monitor de obras e assistente de informática.
A FGV, no entanto, afirmou que não haverá retorno de cargos extintos, reiterando que essa questão não é objeto de discussão. Em relação às funções, a FGV defendeu a correção das atribuições, mencionando uma generalização das tarefas exercidas pelos funcionários.
Um dos pontos mais polêmicos discutidos foi a proposta da FGV para acabar com a promoção por antiguidade e o anuênio, que são benefícios conquistados pela categoria. O novo modelo sugerido pela FGV propõe que as promoções por mérito sejam mais valorizadas, mas isso levanta preocupações entre os trabalhadores.
Outro tema abordado foi a distribuição de funções técnicas e gerenciais. A FGV argumentou que profissionais técnicos, como os engenheiros, não deveriam acumular funções gerenciais, ressaltando que 44% desses profissionais ocupam atualmente cargos de gerência, o que, segundo a fundação, gera um desequilíbrio na área técnica.
Em meio a tantas rejeições, a FGV aceitou discutir a criação de um edital de remoção, sugerido pelo sindicato. O objetivo é permitir que trabalhadores interessados em se transferir possam se inscrever antes da realização de concursos públicos. A FGV afirmou que tem recebido reclamações de gestores sobre funcionários que se inscrevem com a intenção de ocupar uma vaga em uma localidade específica, mas que logo solicitam transferência. O Sindae, por sua vez, explicou que tais solicitações costumam ocorrer porque há vagas ocupadas por terceirizados.
Os estudos da FGV devem ser concluídos até meados de novembro, quando será apresentado o relatório final contendo as recomendações para a Embasa. O Sindae convoca os trabalhadores a se mobilizarem diante das propostas apresentadas, ressaltando que um Plano de Cargos, Salários e Carreiras justo deve atender tanto às demandas da empresa quanto às expectativas dos trabalhadores, que são fundamentais para aprimorar os serviços públicos prestados pela Embasa.



