O senador fez uma postagem na plataforma X na qual criticou uma jornalista por republicar um artigo de 2023. Ele se referiu a um conteúdo publicado no g1, que relatou que transcrições da Polícia Federal confirmaram a realização de escutas ilegais. A nova matéria do UOL, divulgada recentemente, informa que esses documentos estavam arquivados na 13ª Vara Federal e foram apreendidos durante uma operação policial no local. Portanto, as duas reportagens não são idênticas, apesar da confusão aparente.
Em 2005, o ex-juiz da operação Lava Jato, Sergio Moro, solicitou ao colaborador Tony Garcia que tentasse gravar novamente um interlocutor considerado suspeito. Segundo informações apuradas pelo UOL, um documento que comprova essa solicitação foi encontrado pela Polícia Federal durante uma busca na 13ª Vara Federal de Curitiba, realizada no início deste mês.
Moro, em sua postagem, afirmou que o delator estava disposto a gravar os indivíduos com quem se comunicava. Ele argumentou que, na época, havia um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que gravações feitas pela própria pessoa não necessitavam de autorização judicial. O senador mencionou ainda um caso específico em que um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) foi gravado, acrescentando que todas as gravações estavam documentadas, mas o áudio resultante não foi utilizado para qualquer finalidade.
No entanto, além das declarações do ex-juiz, documentos obtidos pelo UOL revelaram a transcrição de escutas envolvendo desembargadores e políticos com foro privilegiado. Essas escutas, que foram realizadas por outro colaborador da 13ª Vara, o advogado Sérgio Costa, levantam preocupações sobre a legalidade das gravações, uma vez que as autoridades gravadas só poderiam ser investigadas com autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O STF está atualmente investigando as denúncias de grampos ilegais, e a operação na Vara onde Moro atuava foi determinada pelo ministro Dias Toffoli. O desdobramento dessas investigações pode ter implicações significativas no cenário jurídico e político do Brasil.



