O remake de “Mansão Mal-Assombrada” foi lançado nos cinemas em 2023, buscando reviver um dos filmes mais icônicos da Disney. O longa original, que chegou às telonas há mais de 20 anos, se destacou como uma comédia de terror leve, ideal para toda a família.
Quando a Disney anunciou a nova versão em 2020, o público ficou cético. A expectativa foi afetada pela ausência de Eddie Murphy e do elenco do filme de 2003. Além disso, ficou claro que o novo filme se inspiraria na atração dos parques de diversões da Disney, e não na narrativa da primeira adaptação, o que gerou críticas.
Antes mesmo da estreia, muitos já tinham opiniões formadas. Entretanto, após o lançamento nos cinemas e, posteriormente, no Disney+, as reações foram surpreendentes: o público em geral apreciou a nova versão, enquanto a crítica não ficou tão entusiasmada.
A divisão entre as opiniões de quem assistiu ao filme e as avaliações dos críticos foi notável. No site Rotten Tomatoes, “Mansão Mal-Assombrada” recebeu apenas 38% de aprovação entre os críticos, com uma média de nota de 5,1 de 10. O consenso apontou que, apesar do talento do elenco, o filme não conseguiu ser o suficientemente assustador ou engraçado para garantir recomendações unânimes. No Metacritic, a pontuação do filme foi de 47 de 100, o que o classificou como mediano.
Por outro lado, o público teve uma opinião muito mais positiva, com 84% de aprovação no Rotten Tomatoes e muitos comentários favoráveis nas redes sociais. A recepção no Disney+ também foi boa, indicando uma aceitação geral do filme entre os fãs.
No entanto, o desempenho nas bilheteiras foi abaixo do esperado. O filme arrecadou 24,1 milhões de dólares durante sua estreia, mas a bilheteira caiu 62% na semana seguinte. Ao final, a arrecadação mundial foi de 117,5 milhões de dólares, um montante considerado insuficiente em relação aos custos de produção e divulgação, que somaram cerca de 150 milhões de dólares.
Um dos aspectos mais destacados do novo “Mansão Mal-Assombrada” é a fidelidade à atração original dos parques Disney. O filme recria com precisão diversos elementos conhecidos pelos visitantes, como a famosa sala que se estica, os fantasmas icônicos e a personagem Noiva Assassina. A médium Madame Leota também foi um elemento central.
Entretanto, essa fidelidade pode ter afastado públicos mais amplos. Produções anteriores, como “Tomorrowland” e “Jungle Cruise”, tomaram liberdades criativas em suas adaptações, evitando depender excessivamente de referências dos parques. Em contraste, “Mansão Mal-Assombrada” se aprofundou na experiência original, o que agradou os fãs mais dedicados, mas pode ter limitado a conexão com quem não estava familiarizado com a atração.
Além disso, o humor e o tom de terror do filme geraram divisões nas opiniões. Para aqueles que nunca visitaram a atração, algumas situações podem parecer confusas, com aparições de fantasmas e detalhes visuais que podem ser vistos como aleatórios por quem não conhece a história.
Apesar disso, o filme apresenta uma mistura equilibrada de elementos que buscam assustar e divertir, típica de uma produção direcionada para a família. O público que entendeu essa proposta teve uma recepção bastante positiva, contrastando com a expectativa dos críticos por algo mais sombrio ou mais cômico.
Comparações com “Piratas do Caribe” são inevitáveis. A franquia baseada em uma atração se tornou um grande sucesso ao criar uma narrativa independente, acessível até para quem nunca visitou os parques. Por outro lado, “Mansão Mal-Assombrada” se baseia em referências nostálgicas, o que pode ter dificultado a conexão com novos espectadores.
A diferença entre as duas produções está no equilíbrio entre a fidelidade à origem e a criação de algo novo. Enquanto “Piratas do Caribe” reinventou a experiência, “Mansão Mal-Assombrada” dedicou-se a recriá-la.
Um dos pontos altos do filme é seu elenco, que conta com atores e atrizes talentosos, como LaKeith Stanfield, Rosario Dawson, Tiffany Haddish, Owen Wilson e Danny DeVito. Esse time é fundamental para manter o ritmo do longa. LaKeith Stanfield, em particular, apresenta uma atuação mais sutil, algo que é pouco comum em comédias voltadas para o público infantil.
Visualmente, o filme também se destaca. O diretor Justin Simien e sua equipe usaram cenários físicos e efeitos práticos para criar uma atmosfera gótica, evitando uma dependência excessiva de computação gráfica. A concepção da mansão e cenas como a sala que se estende, além da sessão espírita de Madame Leota, mostram o cuidado da produção em equilibrar um visual clássico com recursos modernos.
Muitos ainda se lembram com carinho do filme de 2003, estrelado por Eddie Murphy, e usaram essa lembrança como referência na avaliação do remake. No entanto, a nova versão tem uma proposta diferente, buscando explorar a atração original dos parques ao invés de refazer a narrativa do filme anterior.
Apesar das críticas, o entusiasmo do público, especialmente entre os fãs da Disney que reconhecem cada detalhe inspirado na atração, foi evidente. Essa conexão direta com o parque é o que torna “Mansão Mal-Assombrada (2023)” uma experiência significativa para aqueles que conhecem e sentem saudades da famosa mansão da Disney.