A inteligência artificial (IA) e o impacto das tecnologias digitais no mercado de trabalho e na educação são temas que devem estar em alta no Enem deste ano. Especialistas acreditam que o exame pode explorar as questões éticas e sociais relacionadas a esses avanços tecnológicos, incentivando os estudantes a refletirem sobre como a inovação pode moldar o futuro do Brasil. O assunto envolve aspectos atuais, complexos e de relevância coletiva, o que se alinha com as características frequentemente abordadas nas redações do Enem.
Embora a tecnologia já tenha sido mencionada em edições anteriores do exame, a crescente popularização das ferramentas de inteligência artificial e os debates sobre regulamentação e direitos autorais tornam este ano especialmente importante. Educadores, como Rafael Galvão, diretor pedagógico de uma rede de ensino, destacam que a IA é um dos fenômenos mais impactantes do nosso tempo, capaz de transformar tanto a forma como aprendemos quanto o mercado de trabalho.
A rápida evolução da IA e das plataformas digitais transformou os métodos de aprendizado, trabalho e comunicação. Para os educadores, um dos grandes desafios contemporâneos é como conciliar a inovação com questões éticas e a busca pela equidade social. O professor André Barbosa, de uma instituição de ensino, ressalta que a popularização da IA suscitou debates sobre temas como o desemprego, a necessidade de qualificação profissional e a ética no uso da tecnologia.
Durante o exame, é possível que o tema aborde os aspectos positivos e negativos do avanço tecnológico, como os benefícios em áreas científicas e educacionais, além dos dilemas éticos, da precarização do trabalho e da desinformação. A relação da inteligência artificial com a educação também deve ser explorada, considerando a necessidade de atualização dos educadores e revisão dos currículos escolares para fomentar o pensamento crítico, a criatividade e um uso responsável da tecnologia.
Galvão sugere que o tema pode fomentar discussões sobre o modelo de ensino atual, buscando uma valorização das habilidades socioemocionais e criativas dos alunos, em vez de um enfoque apenas conteudista. Outro ponto relevante é a discussão sobre autoria, especialmente em contextos recentes de uso inadequado de inteligência artificial em trabalhos acadêmicos. Além disso, as questões de inclusão digital também são fundamentais, uma vez que o acesso desigual à internet e a dispositivos tecnológicos ainda exclui uma grande parte da população, principalmente pessoas idosas e de baixa renda.
O Enem costuma priorizar temas que têm um impacto social direto. Neste contexto, as questões sobre tecnologia e inteligência artificial devem envolver aspectos relacionados à cidadania, à educação e à ética digital. Algumas abordagens que os professores sugerem para possíveis temas de redação incluem os desafios da autoria e da ética na produção de textos em um mundo dominado pela IA, as implicações sociais e educacionais dessas tecnologias no Brasil e os limites da liberdade de expressão em ambientes digitais.
Para se preparar, os estudantes precisam ir além de conhecer os termos técnicos, mas também precisam entender os impactos sociais, econômicos e culturais da era digital. Ler jornais, participar de debates e discutir questões como ética, trabalho e cidadania são maneiras eficazes de adquirir um repertório crítico. Filmes e livros que abordam a tecnologia são também recursos valiosos. Autores conhecidos, como Yuval Noah Harari e Pierre Lévy, oferecem perspectivas sobre as transformações trazidas pela inteligência artificial e suas implicações éticas.
Os alunos devem relacionar a inteligência artificial a problemas práticos enfrentados no Brasil, como desigualdade de acesso à tecnologia, desinformação e desemprego. InnOntario essa conexão entre tecnologia e as questões sociais brasileiras é crucial para que a redação se destaque.
É importante evitar simplificações e opiniões genéricas nas redações. Meras generalizações sobre a tecnologia, como afirmar que ela traz benefícios e riscos, não enriquecem o texto. O Enem valoriza reflexões que reconhecem as complexidades e buscam caminhos viáveis para o uso ético e inclusivo da tecnologia. Além disso, é fundamental não enxergar a inteligência artificial como uma ameaça total ou uma solução mágica; um equilíbrio embasado em dados e exemplos concretos é sempre desejável.
Este texto faz parte de uma série que apresenta sugestões e orientações sobre temas que podem ser abordados na redação do Enem 2025. A proposta é ajudar os estudantes na sua preparação para o exame e para outros vestibulares.