Coco Gauff teve um início desafiador em sua partida contra a compatriota Jessica Pegula, durante as Finais do WTA, realizadas em Riyadh no último domingo. No primeiro set, Gauff apresentou dificuldades, mas conseguiu se recuperar no segundo, alcançando um ponto de set no serviço a 6-5. Contudo, ela cometeu três erros duplos consecutivos, permitindo que Pegula voltasse ao jogo sem precisar tocar na bola.
Esse momento frisou as dificuldades que Gauff enfrentou no final de uma temporada atípica. Apesar de ter conquistado seu segundo título de Grand Slam no Aberto da França em junho, ao vencer a número um do mundo, Aryna Sabalenka, Gauff não conseguiu manter a mesma trajetória nos meses seguintes. Fora sua vitória no torneio de Wuhan no mês passado, os últimos cinco meses foram desafiadores, principalmente devido a problemas no seu segundo saque.
O alto número de erros duplos tem sido um obstáculo significativo para Gauff. Este ano, ela registrou uma taxa de erro duplo de 9,9%, a pior entre as 50 melhores jogadoras do ranking. A segunda pior na lista, Amanda Anisimova, tem uma taxa de 6,2%. Esses erros são críticos em um esporte onde o resultado muitas vezes é decidido por detalhes mínimos.
Coco possui um estilo de jogo admirável, com habilidades defensivas excepcionais, uma backhand impressionante e uma boa inteligência em quadra. Embora seu forehand seja inconsistente, a capacidade do seu segundo saque será um fator determinante para seu sucesso futuro. Ela se destaca nas devoluções, com uma taxa de sucesso de 46,8% em games de retorno, e também tem uma taxa sólida de 68,6% nos primeiros saques, ocupando a 12ª posição no ranking.
No entanto, os problemas surgem quando se trata do segundo saque. Gauff está classificada como a sexta pior jogadora entre as 50 melhores no que diz respeito à conversão de pontos no segundo saque. Excluindo os erros duplos, sua performance nesse aspecto é uma das melhores do circuito. Por isso, a redução dos erros duplos pode levar a uma melhora significativa nos seus resultados.
Após uma série de atuações frustrantes durante o verão, onde cometeu 23 erros duplos contra Danielle Collins em Montreal, Gauff decidiu fazer uma mudança drástica. Dias antes do US Open, ela se separou de seu treinador Matt Daly e contratou o especialista em biomecânica do tênis, Gavin MacMillan. Juntos, alteraram sua técnica de saque, focando em corrigir a flexão dos joelhos e a posição da cabeça, que estavam contribuindo para um saque desequilibrado.
Realizar uma troca de treinador a poucos dias de um torneio de Grand Slam é algo incomum e, para Gauff, essa mudança trouxe desafios. Ela se emocionou em quadra durante sua vitória na segunda rodada contra Donna Vekic e, pressionada pela atenção da mídia, acabou sendo eliminada na quarta rodada por Naomi Osaka.
A disposição de Gauff para realizar ajustes significativos antes do US Open demonstra sua grande determinação. Apesar de ser jovem, com apenas 21 anos, ela já está classificada como a terceira melhor jogadora do mundo e compete em alto nível há alguns anos. É desafiador manter o foco em melhorias quando se espera que ela ganhe a maior parte dos jogos, mas o fato dela reconhecer a necessidade de desenvolvimento é positivo.
Apesar da derrota para Pegula, Gauff ainda tem a chance de avançar nas Finais do WTA, torneio do qual é a atual campeã. Contudo, sua evolução nos próximos anos é o mais importante. Um exemplo encorajador é Aryna Sabalenka, que anteriormente tinha um segundo saque problemático, mas que, após ajustes, acabou se tornando uma jogadora muito mais consistente, alcançando uma taxa de erros duplos de apenas 3,1% este ano.
Gauff ainda está em busca de soluções e resultados a longo prazo com seu novo treinador. Se ela puder corrigir suas falhas, como Sabalenka fez, tem potencial para conquistar ainda mais títulos importantes no futuro.



