O fenômeno “Gagacabana” tomou conta da internet com a previsão de Lady Gaga se apresentar no Rio de Janeiro. O show, marcado para o próximo sábado (3), no feriado prolongado, promete atrair cerca de 1,6 milhão de pessoas, representando aproximadamente 25% da população carioca.
A prefeitura do Rio espera que o acontecimento gere um impacto econômico de mais de R$ 500 milhões, superando em 27,5% o desempenho do show de Madonna realizado no ano anterior.
Um levantamento do HotéisRio indica que a taxa média de ocupação hoteleira na cidade é de 71,4%, enquanto no mesmo período do show da Madonna, a taxa foi de 83,72%.
De acordo com Alfredo Lopes, presidente do HotéisRio, “não tenho dúvidas de que o show de Lady Gaga ultrapassará a ocupação do de Madonna”. Lopes ressalta que o feriado deverá promover uma maior permanência dos turistas na cidade, resultando em mais diárias nos hotéis. “Um evento desse porte gera, em um só fim de semana, uma receita equivalente a uma semana de ocupação, devido às tarifas elevadas”, explicou.
O aumento no fluxo turístico também se reflete nas locações temporárias, onde o Airbnb informou que a demanda por acomodações quase quadruplicou, levando os preços de hospedagem às alturas. Uma pesquisa realizada pelo InfoMoney revelou que uma noite em um apartamento em Copacabana pode custar mais de R$ 5 mil para um casal.
Além disso, o Procon-RJ instaurou um processo administrativo para investigar possíveis práticas abusivas por parte das plataformas de locação na capital.
O transporte rodoviário também apresenta preços elevados. Passagens de ônibus saindo de São Paulo para o Rio na véspera do show variam entre R$ 200 e R$ 900 em serviços leito, comparação feita a partir de dados do agregador Quero Passagem.
Na aviação, o Kayak registrou um aumento de 49% nas buscas por passagens aéreas para o Rio desde a confirmação do show, enquanto os preços médios subiram 41%.
Expectativa de Movimentação Econômica


Os supermercados de Copacabana preveem um aumento de até 30% nas vendas durante o fim de semana do show, impulsionado pela demanda por itens como água e salgadinhos, segundo a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ).
O Sindicato dos Lojistas do Comércio local também demonstra otimismo, prevendo que as vendas do “Gagacabana” se somem ao incentivo das compras do Dia das Mães na semana seguinte.
A concessionária Orla Rio, que opera quiosques nas praias cariocas, planeja um crescimento de 40% nas receitas, com a contratação de mão de obra temporária em algumas unidades.
Marcas em Destaque no Evento
Doze marcas, incluindo a cerveja Corona como patrocinadora principal, estão oficialmente ligadas ao evento. O Santander Brasil e a Latam também serão patrocinadores, destacando-se entre as marcas investidoras que incluem Zé Delivery, Guaraná Antarctica, e Vestuário C&A.
Atividades promocionais e ações especiais também estão sendo organizadas por empresas como o Grupo Boticário, que lançou um concurso cultural, e a Vult, que oferecerá serviços de beleza em um hotel da região.
A TIM também se junta à iniciativa, promovendo uma festa para 20 sortudos em Copacabana no dia do show.
Impacto no PIB e Expectativas Futuras
Estudos apontam que eventos desse tipo podem refletir na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar das expectativas em torno do show de Lady Gaga, os efeitos do evento em termos de indicadores econômicos ainda são incertos.
Rodrigo Lobo, gerente do IBGE, esclarece que os dados dependem da amostragem das empresas participantes, e mesmo que eventos como o show de Lady Gaga não sejam captados diretamente, pode haver um “transbordamento” positivo em hotéis, restaurantes e serviços prestados durante a ocasião.