O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, manifestou otimismo em relação à possibilidade de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aceite o pedido do Brasil para suspender a tarifa de 40% sobre produtos brasileiros. A solicitação foi feita durante uma conversa telefônica entre o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Trump na semana passada.
“O presidente Lula pediu a Trump que suspenda a tarifa enquanto negociamos. Esse pleito pode resultar em um cenário vantajoso para ambos os países. Existem boas oportunidades de parceria entre Brasil e EUA”, afirmou Alckmin, após participar de uma missa em Aparecida (SP), no último domingo, 12 de novembro. O vice-presidente ainda destacou avanços nas negociações, como a redução de tarifas sobre celulose e ferro-níquel, que agora estão em 0%, representando 4% das exportações brasileiras. Além disso, a madeira serrada passou de 50% para 10%, e outros itens como armários e sofás tiveram tarifas reduzidas de 50% para 25%.
Alckmin também mencionou a expectativa de um encontro pessoal entre os presidentes na Malásia, no final do mês, após um diálogo preliminar na assembleia geral da ONU. Sobre a recente indicação do senador Marco Rubio como novo secretário de Estado dos EUA, ele acredita que isso não impedirá o progresso nas negociações. “Trump foi claro em sua orientação; queremos diálogo e entendimento, e o Brasil sempre defendeu essa abordagem”, comentou.
A nomeação de Rubio, no entanto, gerou preocupações no governo brasileiro e foi celebrada por setores da direita. Recentemente, Rubio foi crítico do ministro do STF, Alexandre de Moraes, e foi um dos proponentes da aplicação da Lei Magnitsky contra ele e sua esposa. O senador teve encontros com o deputado federal Eduardo Bolsonaro e fez declarações desafiadoras sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Por outro lado, Alckmin destacou o progresso do Brasil na luta contra a pobreza, ressaltando a saída do país do Mapa da Fome da ONU, mas enfatizou que os esforços para melhorar a qualidade de vida da população devem continuar. “A tarefa nunca vai terminar. É essencial avançar constantemente”, concluiu.