A recente queda nos preços do petróleo, com o barril de Brent próximo a US$ 60, trouxe à tona novas discussões sobre a estratégia de preços da Petrobras (PETR3; PETR4). A situação é marcada pela alta dos preços da gasolina e pela defasagem do diesel em relação à paridade de importação. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, respondeu à pressão do mercado, mas sem fornecer detalhes específicos.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina no Brasil está, em média, 10% mais cara do que no mercado internacional. Em contraste, o preço do diesel apresenta uma baixa de cerca de 1,43% em comparação ao valor de paridade de importação, com outras estimativas indicando defasagens entre 4% e 7%.
Para que os preços da gasolina se alinhem à paridade de importação, a Abicom sugere uma redução de R$ 0,28 por litro, enquanto o diesel poderia sofrer um aumento de R$ 0,11 nas refinarias da Petrobras. Segundo Sérgio Araújo, presidente da Abicom, a estatal está aplicando um subsídio cruzado, onde as perdas no diesel são compensadas pelos lucros na gasolina. Isso levanta a questão: se a Petrobras reduzir o preço da gasolina, isso poderá gerar uma elevação no diesel.
O último ajuste nos preços foi registrado em junho, quando a gasolina teve uma queda de R$ 0,17 por litro. O diesel, por sua vez, sofreu um reajuste em maio, diminuindo R$ 0,16 por litro. A ausência de novas sinalizações para reajustes está chamando a atenção do mercado, especialmente após comentáros recentes de Magda Chambriard nas redes sociais, onde compartilhou um gráfico evidenciando a queda nos preços do petróleo, afirmando: “uma figura vale mais do que muitas palavras”.
Em análises, o BTG Pactual observou que a política de preços da Petrobras tem sido consistente, priorizando a média de longo prazo em relação à paridade imediata. O banco estima que, se os preços do Brent se estabilizarem em torno de US$ 62 o barril, a Petrobras pode reduzir os preços da gasolina entre 5% e 10% nas próximas semanas. Para o diesel, a expectativa é de ajuste entre 0% e 5%.
O Bank of America acrescenta que a Petrobras tem mantido os preços da gasolina acima da paridade desde o final de junho, resultando em um ágio de 4,1% para a gasolina e um desconto médio de 2,1% para o diesel em relação à paridade. Em 2024, os combustíveis da Petrobras foram vendidos com descontos médios de 4,8% para a gasolina e 4,7% para o diesel.