Bruno Marques, especialista com 15 anos de experiência no mercado financeiro, compartilha sua trajetória no episódio 241 do GainCast. Natural de Formosa, Goiás, e formado em Administração, ele começou sua jornada em 2006, embora sua entrada inicial tenha sido no mercado internacional de Forex, e não na B3.
“No início, enfrentei dificuldades significativas para abrir contas em corretoras, pois as documentações eram enviadas para a Suíça por correio”, recorda ele. Na época, ele e um grupo de colegas universitários dedicavam-se a operar em turnos de 6 a 8 horas, utilizando contas demo para uma cobertura 24 horas do mercado.
Marques descreve essa fase como o inicio de um sonho: “Éramos jovens aspirantes a milionários, estudando e operando incessantemente, com um nível de profissionalismo surpreendente”. O grupo também instituía uma gestão rigorosa de performance, onde cada turno tinha um líder, simulando a dinâmica de mesas de operações profissionais.
Após quase seis anos operando em ambientes simulados, Marques relevou uma mudança significativa em sua visão de mercado: “Recebi informações sobre a Teoria de Wyckoff em um fórum. Essa descoberta foi um divisor de águas na minha compreensão do mercado”, conta. Para ele, o mercado é um reflexo do comportamento humano: “Mesmo robôs de negociação são programados por seres humanos”, destaca.
Atualmente, Bruno estrutura suas operações com base em três pilares: contexto, região de liquidez e gatilho técnico. Ele explica: “O preço precisa estar suportado por alguma justificativa. Durante o processo, não tomo decisões até que o mercado me forneça um gatilho — que pode ser um candle, uma inversão de fluxo ou um padrão de confirmação”.
Técnica, risco e emocional em equilíbrio
Segundo Marques, a disciplina é um dos valores centrais em sua estratégia de operação. “O meu primeiro trade do dia é o mais filtrado, e se atingir um acerto, é como abrir uma porteira”, observa. Ele enfatiza a importância do controle de risco e do autoconhecimento. “É fundamental saber quanto se pode perder em um dia. Após dois stops, torna-se crucial refletir: foi um erro de interpretação do mercado ou apenas uma questão estatística?”, pondera.
Ele acredita que o uso de robôs será uma tendência futura. Contudo, Marques adverte sobre os riscos comportamentais associados: “Muitos investem quando os robôs estão em alta e acabam enfrentando perdas quando as condições mudam”. Ele classifica a negociação como um jogo de médio a longo prazo e destaca que encontrou um equilíbrio pessoal em sua prática: “Opera-se com menos alavancagem, buscando oportunidades que fazem sentido”.
Para Bruno Marques, o mercado financeiro representa tanto um desafio como uma oportunidade de liberdade. “Com um computador e internet, é possível ter tranquilidade financeira”, finaliza.
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