A primeira temporada de Dexter: Ressurreição chegou ao fim com o episódio 10, apresentando um encerramento que, para muitos, não trouxe grandes surpresas. A produção fez um trabalho de amarrar algumas pontas soltas, mas deixou outras questões em aberto, sinalizando que uma segunda temporada pode estar a caminho. A cena final, no entanto, trouxe um elemento inesperado e interessante.
No episódio final, Dexter Morgan, interpretado por Michael C. Hall, recebe a visita de Brian Moser, seu irmão e serial killer conhecido como o Assassino do Caminhão Refrigerado, que retorna em uma aparição surpreendente. Essa presença, embora apenas uma alucinação, simboliza os conflitos internos de Dexter e sua busca por lidar com a morte de Batista, personagem interpretado por David Zayas, que foi morto no episódio anterior. O retorno de Brian e as reflexões que ele provoca em Dexter relembram momentos marcantes da série original, mostrando o peso do passado no presente do protagonista.
O desfecho da temporada envolve um tenso jogo de gato e rato durante uma gala policial organizada por Leon Prater, um bilionário interpretado por Peter Dinklage. Usando o celular do falecido Batista, Dexter consegue contatar seu filho, Harrison, que se disfarça como garçom para ajudar o pai em sua fuga de uma situação complicada em que ele se vê preso. Enquanto a chefe de segurança Charley, interpretada por Uma Thurman, decide deixar seu emprego, Prater se mostra cada vez mais violento após seu primeiro homicídio. No clímax da cena, pai e filho conseguem imobilizá-lo e, em um desfecho típico de Dexter, Prater acaba se tornando mais uma das vítimas que o açougueiro de Bay Harbor elimina.
Nos momentos finais, Dexter se despede de mais um corpo, jogando os restos da vítima em sacos de lixo no oceano, em frente à Estátua da Liberdade, um local emblemático que remete à sua trajetória. A cena destaca a aceitação de Dexter sobre si mesmo: ele reconhece sua natureza assassina, mas também afirma que pode contar com Harrison para tentar ser mais humano. A série então traz uma nova dinâmica ao fazer Dexter falar diretamente com o público, reestabelecendo uma conexão direta que já era característica da antiga série.
A narrativa interna de Dexter sempre foi um aspecto central da história. Desde a série original, seu monólogo interno provê uma visão íntima de seus pensamentos e conflitos. Em Dexter: Ressurreição, essa abordagem é mantida. No entanto, a interação dele com o público é intensificada quando ele se dirige diretamente a nós ao final, afirmando quem ele realmente é e como se vê em sua natureza. Esta abordagem metalinguística oferece uma reflexão sobre a relação entre Dexter e seus espectadores, sugerindo que, em certo sentido, somos cúmplices de seus atos.
Assim, a primeira temporada termina com um misto de resolução e novas promessas para o futuro, apresentando um Dexter que se recusa a mudar, reafirmando sua essência e deixando o público ansioso por mais desdobramentos na série.