O Pix no Brasil e a UPI na Índia são dois sistemas de pagamentos instantâneos que revolucionaram a forma como as transações financeiras são realizadas em seus respectivos países. Ambos permitem transferências rápidas e seguras, mas cada um possui características distintas, adaptadas ao seu contexto regional e sistemático.
O Pix é um sistema centralizado, gerido pelo Banco Central do Brasil. Ele conecta contas bancárias e instituições financeiras, facilitando a troca de valores de maneira simples. Desde seu lançamento em 2020, o Pix se tornou extremamente popular, permitindo transações a qualquer hora do dia, durante todos os dias do ano, incluindo feriados. Para realizar um pagamento, os usuários podem usar chaves Pix, que substituem a necessidade de digitar dados bancários mais complexos. Essas chaves podem ser um número de CPF, CNPJ, e-mail, número de telefone ou uma chave aleatória gerada pelo sistema. Além disso, o Pix utiliza códigos QR para facilitar pagamentos em lojas físicas e e-commerces.
Por outro lado, a UPI, ou Interface Unificada de Pagamentos, é uma solução indiana que funciona como uma camada de software sobre o sistema bancário já estabelecido no país. Lançada em 2016, a UPI permite que diversos aplicativos de pagamento, como Google Pay e PhonePe, se conectem a diferentes bancos. Os usuários criam um endereço de pagamento virtual (VPA) que simplifica a realização de transações. A UPI tem alcançado um amplo reconhecimento por sua capacidade de processar bilhões de transações mensalmente, representando uma parte significativa do total de operações financeiras na Índia.
Embora ambos os sistemas tenham a mesma finalidade de facilitar pagamentos digitais e ampliar o acesso a serviços financeiros, há diferenças notáveis entre eles. Enquanto a UPI é uma plataforma aberta e descentralizada, o Pix é centralizado sob a supervisão do Banco Central, garantindo um maior controle sobre a segurança e o funcionamento das transações. Em termos de adesão, o Pix teve um crescimento notável, conquistando 74% da população brasileira em apenas três anos de operação, enquanto a UPI, mesmo após oito anos, alcançou cerca de 25% da população indiana.
O suporte tecnológico também é um ponto de diferença. O Pix opera através de uma estrutura centralizada que oferece segurança e interoperabilidade, enquanto a UPI utiliza uma camada de API para integrar diversos serviços e aplicativos de pagamento. Ambas as soluções possuem regulamentos rigorosos para garantir a segurança das transações, mas o dependente do UPI de aplicativos de terceiros pode tornar a vigilância em segurança um desafio.
Em relação a custos, o uso do Pix é gratuito para pessoas físicas e, para empresas, as tarifas, embora aplicáveis, são geralmente mais baixas do que as de métodos financeiros tradicionais, como cartões de crédito. Na UPI, a maioria das transferências entre pessoas não tem custos, mas existem limites diários que podem variar.
No futuro, ambos os sistemas planejam expandir suas funcionalidades. O Pix está trabalhando em recursos como pagamentos parcelados e uma maior interoperabilidade internacional. Por outro lado, a UPI busca aumentar seus limites de pagamento e expandir para novos mercados.
No panorama global, tanto o Brasil quanto a Índia se destacam por implementar rapidamente soluções de pagamentos digitais que democratizam o acesso a serviços financeiros e modernizam transações. Ambas as plataformas estão moldando um futuro mais interconectado, no qual a agilidade e a conveniência nos pagamentos se tornarão cada vez mais essenciais para consumidores e empresas.