No último sábado, manifestações chamadas de “No Kings” ocorreram em várias cidades dos Estados Unidos, com o objetivo de protestar contra as políticas da administração Trump. Essas manifestações, que foram descritas por muitos como um grande evento festivo, visavam apresentar uma resposta ao que consideram uma narrativa negativa promovida por alguns membros do Partido Republicano, que acusam os opositores de “odiar a América”.
Os protestos contaram com bandas de música, banners imensos trazendo referências à Constituição dos Estados Unidos, além de pessoas vestindo fantasias infláveis, como sapos, que se tornaram um símbolo de resistência à administração atual. Este foi o terceiro grande evento de mobilização desde o retorno de Trump à Casa Branca, e aconteceu em um momento de paralisação do governo federal, que fechou programas e serviços essenciais e gerou tensões entre os poderes Executivo e Legislativo. Os organizadores dos protestos alertam que essa situação pode levar a um cenário autoritário.
Na sexta-feira, Trump se manifestou contra a ideia de que ele seria comparado a um rei. Em uma entrevista, ele declarou que não se considera um monarca. Em resposta aos protestos, uma conta de suas redes sociais publicou um vídeo do presidente vestido como um rei, usando uma coroa e acenando de uma varanda.
Trump também minimizou a importância dos eventos No Kings durante um evento na Casa Branca, afirmando que esperava que poucos participantes estivessem presentes. Ele passará o fim de semana em sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida.
Enquanto isso, figuras republicanas como JD Vance e o secretário de Defesa Pete Hegseth participaram de uma demonstração militar na Califórnia em comemoração ao 250º aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA. No entanto, um plano que previa a explosão de tiros de artilharia ao longo de uma rodovia próxima gerou críticas do governador da Califórnia, Gavin Newsom, que argumentou que isso representava um risco à segurança pública, levando ao fechamento de uma parte da estrada.
Vance também fez uma postagem em uma rede social mencionando uma reunião entre um candidato a prefeito de Nova York e um imã que apareceu em uma lista de não indiciados relacionados ao atentado de 1993 ao World Trade Center. Ele insinuou que os democratas, que se dizem contrários à violência política, deveriam condenar essa relação.
Enquanto isso, um canal de notícias reportou que alguns organizadores dos protestos No Kings estariam ligados a movimentos internacionais que buscam a destruição do Estado de Israel. A mesma reportagem indicou que fundações ligadas a George Soros estariam financiando os protestos através de um subsídio de três milhões de dólares.
A ausência de líderes republicanos nos protestos contrastou com a retórica de semanas anteriores, quando tentaram caracterizar as manifestações como dias de “ódio à América” e insinuaram que simpatizantes de Hamas estariam envolvidos. Líderes republicanos, na tentativa de diminuir a relevância dos protestos, descreveram os participantes como “comunistas” e “marxistas”, e argumentaram que os democratas centristas estavam sendo influenciados pela extrema-esquerda.