A Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto na quarta-feira, 23 de outubro de 2023, para investigar um esquema que teria gerado um prejuízo de R$ 6,3 bilhões devido a descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em resposta, o Ministro da Previdência, Carlos Lupi, negou ter se omitido ao receber alertas sobre fraudes.
Em entrevista ao Estadão Conteúdo no domingo, 27 de outubro, Lupi destacou que havia determinado uma apuração sobre o assunto, a qual foi concluída em 6 de setembro de 2024. “Não me omiti, procurei agir”, assegurou o ministro, após a divulgação de que ele foi alertado sobre possíveis fraudes em 2023.
Durante uma reunião do Conselho Nacional de Previdência Social, a conselheira Tonia Galleti mencionou ter solicitado a discussão sobre a fiscalização de entidades, mas Lupi teria negado o pedido por considerar que não estava na pauta. Em um momento posterior da mesma reunião, Galleti insistiu na relevância do tema, porém o ministro argumentou que era necessário um levantamento mais detalhado antes de tomar qualquer medida.
Além disso, Lupi informou ter solicitado ao diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, André Paulo Felix Fidelis, detalhes sobre as dificuldades enfrentadas para analisar e corrigir as fraudes que afetavam cerca de 6 milhões de associados. “Demorava a responder e tive de demiti-lo para avançar no relatório. Foi a primeira vez que nosso governo tomou a iniciativa de criar novas regras para combater possíveis fraudes”, declarou Lupi, apresentando uma cópia da edição do Diário Oficial da União de 5 de julho de 2024, que oficializa a exoneração do funcionário. A reportagem do Estadão Conteúdo tentou contato com Fidelis, mas não obteve sucesso.