A Vale (VALE3) anunciou nesta segunda-feira, 6 de novembro, a recompra de seus títulos perpétuos, emitidos antes da privatização da mineradora, no final da década de 1990. A decisão foi motivada pelo aumento dos custos associados a esses papéis, que se tornaram onerosos para a companhia.
Em um fato relevante, a empresa informou que aprovou uma oferta para recomprar a totalidade das debêntures participativas ao preço de R$ 41,92 cada. Este valor representa um prêmio de 52.400% sobre o montante unitário anualizado.
Os títulos, que estavam sendo negociados em torno de R$ 36, totalizavam aproximadamente 388,6 milhões de unidades em circulação, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Se todos os detentores aceitarem a proposta, a operação poderá ultrapassar R$ 16 bilhões.
A recompra tem potencial para reduzir os custos da dívida da Vale. Essas debêntures, com valor nominal de R$ 0,01, foram emitidas em 1997 e atualmente oferecem cerca de 13% ao ano em dólares. Esse retorno é mais que o dobro dos 6,1%% oferecidos pelos bônus em dólar da empresa com vencimento em 2054.
Esses papéis não possuem um cupom fixo; a remuneração aos investidores é equivalente a 1,8% da receita líquida de uma parte das vendas de minério de ferro e 2,5%% da receita líquida de cobre e ouro, após o atingimento de determinados limites de produção. A receita é calculada em dólares e convertida para reais no momento do pagamento.
Um fato relevante divulgado no mês passado indicou que o limite de produção na região Sudeste foi atingido no início deste ano, aumentando os custos associados a esses títulos para a Vale.
Vale destacar que, há quatro anos, o governo brasileiro vendeu parte das debêntures como parte do programa de desestatização do então presidente Jair Bolsonaro, o que aumentou a liquidez dos papéis e atraiu novos investidores.
O prazo para adesão à oferta de recompra se encerra às 19h20 do dia 31 de outubro.
(com Bloomberg)