As importações de soja dos Estados Unidos pela China aumentaram 12% em março de 2023, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Este crescimento está relacionado à chegada a portos chineses de carregamentos garantidos até o final de 2024, motivados por receios de uma potencial disputa comercial entre os dois países.
Apesar do aumento nas importações norte-americanas, a expectativa é que o Brasil continue a dominar o mercado de soja nos próximos meses, com a colheita da safra 2023 praticamente concluída. Dados da Administração Geral de Alfândega da China indicam que o país adquiriu 2,44 milhões de toneladas de soja dos EUA em março, representando cerca de três quartos do total das importações na data.
Conforme observou Rosa Wang, analista da JCI, agroconsultoria de Xangai, “as chegadas de março refletem as compras de precaução feitas por esmagadores no quarto trimestre do ano passado, em meio a preocupações com o recrudescimento das tensões comerciais caso Trump retornasse ao cargo”.
Em contrapartida, as importações de soja do Brasil caíram significativamente, com um recuo de 69% em março para 0,95 milhão de toneladas, correspondendo a apenas 27% do total de importações. Essa diminuição é atribuída, em parte, a atrasos na colheita no país sul-americano.
Os dados mostram que o total de chegadas de soja em março foi o mais baixo para este mês desde 2008. Entre janeiro e março de 2023, as compras da China de soja dos Estados Unidos cresceram 62%, totalizando 11,6 milhões de toneladas, enquanto os embarques do Brasil caíram para 4,5 milhões de toneladas, apresentando uma queda de 55% em relação ao ano anterior.
Como resultado, no primeiro trimestre, a participação de mercado do Brasil foi de 26%, em comparação com 68% para os Estados Unidos, conforme calculado pela Reuters. Analistas projetam que as importações de soja pela China possam atingir um recorde de 31,3 milhões de toneladas no período de abril a junho, impulsionadas pela entrada de grãos da safra abundante do Brasil.