O ex-diretor financeiro da Ambipar (AMBP3), João Daniel Pirran de Arruda, agendou uma reunião com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a próxima segunda-feira, conforme noticiou o Estadão. Na ocasião, Arruda será acompanhado por dois escritórios de advocacia: Vieira Rezende Advogados, que defendeu Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas (AMER3), e David Rechulski Advogados, que atuou na defesa da Braskem durante a CPI que investigou a empresa por uma tragédia ambiental em Maceió.
A Ambipar enfrenta uma grave crise, com suas ações despencando 54% nesta sexta-feira (3) e acumulando uma queda de 90% em apenas um mês. Em resposta à grave situação financeira, a empresa considera solicitar recuperação judicial no Brasil e nos Estados Unidos, onde parte significativa de suas dívidas e garantias está concentrada.
O início da crise está relacionado a mudanças em um contrato de empréstimo de US$ 35 milhões (aproximadamente R$ 186 milhões) firmado com o Deutsche Bank em 18 de setembro. Segundo informações, um executivo do grupo teria negociado um aditivo contratual que provocou um desbalanceamento nas contas da empresa. Além disso, credores questionam a localização de um caixa de R$ 4,7 bilhões reportado no último balanço, uma vez que até o momento foram encontrados apenas cerca de R$ 430 milhões.
João Daniel Pirran de Arruda, formado em administração de empresas pela FGV, assumiu o cargo de diretor financeiro da Ambipar em setembro de 2022 e permaneceu por pouco mais de um ano. Ele deixou a posição em 22 de setembro, sendo sucedido por Ricardo Rosanova Garcia, que acumula a função de diretor de relações com investidores.