Um piloto da Marinha dos Estados Unidos teve uma experiência aterrorizante ao ejetar de seu caça, que foi derrubado acidentalmente por um cruzador americano no Mar Vermelho. O incidente, que ocorreu em dezembro de 2024, gerou uma investigação para elucidar os fatos que levaram a esse erro de tiro “amigo”.
A investigação revelou que a tripulação do cruzador USS Gettysburg confundiu dois jatos F/A-18 Super Hornet com mísseis de cruzeiro lançados por rebeldes Houthi do Iémen. Em um grave erro, o Gettysburg disparou mísseis antiaéreos contra os caças, derrubando um deles e atingindo-o seriamente, enquanto o segundo jato quase foi atingido. Um terceiro avião também foi alvo, mas a equipe do cruzador não chegou a disparar novamente.
O USS Gettysburg estava operando no Mar Vermelho desde setembro de 2024, como parte de um grupo de combate liderado pelo porta-aviões USS Harry S. Truman, e já havia enfrentado ataques de rebeldes Houthi em rotas de navegação estratégicas. Apenas uma semana após entrar na área, em 22 de dezembro, ocorreu o trágico erro.
Os dois tripulantes do jato atingido, um piloto e um oficial de artilharia, conseguiram se ejectar com segurança do caça, que custou cerca de 60 milhões de dólares e fazia parte do Esquadrão 11, conhecido como “Red Rippers”. Apesar de terem sobrevivido, a confusão durante o ataque quase culminou em uma tragédia ainda maior, pois um segundo jato foi alvo de outro míssil que o perseguiu, mas conseguiu escapar por pouco.
Durante o incidente, a equipe de um helicóptero da Marinha que estava presente também testemunhou o ataque, afirmando que não havia alerta antes do disparo. A investigação apontou para uma série de falhas que contribuíram para o erro, incluindo deficiências nos sistemas de combate do Gettysburg e a fadiga da tripulação.
Antes do incidente, a Marinha já havia identificado problemas significativos no sistema de interoperabilidade do Gettysburg, que afetaram sua capacidade de gerenciar redes e rastrear alvos. Durante os primeiros meses de operações, essa embarcação e o porta-aviões estavam frequentemente separados, o que pode ter gerado confusão sobre a continuidade da ameaça em torno deles.
O erro de disparo na operação no Mar Vermelho não foi o único ocorrido, mas foi o mais sério. Um incidente anterior, em fevereiro de 2024, envolveu um navio de guerra alemão que acidentalmente mirou um drone MQ-9 Reaper dos EUA, mas os mísseis não conseguiram atingir o alvo devido a uma falha técnica.
Este episódio foi um dos quatro grandes problemas enfrentados pelo grupo de ataque do Truman durante sua longa missão no Oriente Médio. O porta-aviões também colidiu com um navio mercante em fevereiro e perdeu outros dois F/A-18 devido a acidentes.
Em resposta ao incidente, um comandante da Marinha afirmou que a instituição está comprometida em aprender com esses erros e enfatizou a importância de investir na formação e no treinamento da equipe para garantir a prontidão das forças durante operações.


