O diretor do Federal Reserve, Stephen Miran, afirmou nesta terça-feira (7) que a atual estabilidade no mercado de títulos, evidenciada pelas taxas de juros de longo prazo, justifica um corte mais agressivo nas taxas de juros. Durante evento promovido pela Managed Funds Association em Nova York, Miran destacou que as reações do mercado às mudanças na política monetária podem fornecer um “feedback” significativo, reforçando sua posição sobre a necessidade de ajustes nas taxas.
Miran, que atua temporariamente no Fed após uma licença da administração Trump, expressou que o banco central deveria ter adotado uma abordagem mais decisiva durante sua última reunião, ao invés da cautela demonstrada pelo Comitê Federal de Mercado Aberto. Ele enfatizou que os sinais de uma inflação em desaceleração, juntamente com alterações na condição econômica subjacente, continuam a justificar cortes mais profundos nas taxas de juros.
O diretor observou que a aceitação do mercado em relação à recente flexibilização do Fed, com reações mínimas, é um indicativo do apoio a uma redução rápida das taxas.
Além disso, Miran comentou sobre a qualidade dos dados econômicos, enfatizando que os dados do governo dos EUA ainda são considerados o “padrão ouro”, mesmo que tenham sofrido uma leve deterioração nos últimos anos, em parte devido à diminuição nas taxas de resposta. Ele instou a importância de que esses dados reflitam com precisão o estado da economia, aludindo a tentativas de manipulação política, especialmente em um contexto onde Trump busca implementar aliados em órgãos como o Bureau de Estatísticas do Trabalho, após demissões recentes decorrentes de relatórios de emprego decepcionantes.
Miran destacou a relevância de se manter uma responsabilidade democrática na liderança dos departamentos governamentais, enfatizando que a melhoria dos dados e sua confiabilidade não são diretamente questões do Federal Reserve.