No terceiro trimestre de 2025, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um crescimento de 0,1% em relação ao trimestre anterior, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 4 de outubro, às 9h (horário de Brasília). O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, que previa um avanço de 0,2%, segundo uma pesquisa da Reuters.
No comparativo com o terceiro trimestre de 2024, o crescimento foi de 1,8%, superando a expectativa de 1,7%. O PIB atingiu, em termos nominais, R$ 3,2 trilhões.
O IBGE também revisou os dados dos trimestres anteriores: o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2025 foi ajustado para 1,5%, e no segundo trimestre, para 0,3%, um leve aumento em relação às cifras previamente publicadas.
O desempenho das atividades econômicas no 3T25 mostrou que a Agropecuária e a Indústria apresentaram variações positivas, com crescimento de 0,4% e 0,8%, respectivamente. Em contrapartida, o setor de Serviços, que é o mais significativo para a economia brasileira, permaneceu praticamente estável, com um crescimento de apenas 0,1%.
- Agropecuária: R$ 176,2 bilhões
- Indústria: R$ 682,2 bilhões
- Serviços: R$ 1,9 trilhões
A taxa de investimento no terceiro trimestre foi de 17,3%, ligeiramente abaixo dos 17,4%% registrados no mesmo período do ano anterior. Por outro lado, a taxa de poupança manteve-se em 14,5%, igualando-se ao patamar de 2024.
Entre os serviços, destacaram-se as atividades de Transporte, armazenagem e correio com crescimento de 2,7%, e Informação e comunicação com 1,5%. Contudo, o setor de Comércio e atividades relacionadas, como administração e seguridade social, apresentaram variações inferiores a 0,5%. Notou-se também uma retração de -1,0% nas Atividades financeiras de seguros.
Claudia Dionísio, analista do IBGE, destacou que o desempenho positivo da Agropecuária e da Extrativa Mineral foi fundamental para o crescimento nas atividades de Transporte e armazenagem, devido ao aumento na produção de commodities.
No segmento industrial, as Indústrias de Extrativas cresceram 1,7%, enquanto a Construção avançou 1,3%. Já as Indústrias de Transformação tiveram um crescimento modesto de 0,3%, enquanto o setor de eletricidade e serviços relacionados teve um retrato de -1,0%.
Comparações anuais
A Indústria também viu um aumento de 1,7%, com destaque para as Indústrias extrativas (alta de 11,9%). O setor de Serviços, por sua vez, avançou 1,3%, com contribuições positivas de Informação e comunicação e Transporte.
Na perspectiva da demanda interna, o Consumo das Famílias continuou sua trajetória de crescimento, apresentando um avanço de 0,4%, enquanto o Consumo do Governo cresceu 1,8%. Apesar de ser a menor variação desde a pandemia em 2021, a Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 2,3% no terceiro trimestre, impulsionada pela Construção e desenvolvimento de software.
No acumulado dos quatro últimos trimestres, o PIB registrou um crescimento de 2,7%. O desempenho nesses períodos foi igualmente positivo para a Agropecuária (alta de 9,6%), Indústria (alta de 1,8%) e Serviços (alta de 2,2%).
Entre os setores industriais, as Indústrias extrativas (crescimento de 4,5%) e Construção (crescimento de 2,5%) mostraram recuperação, enquanto elétricas e serviços de gestão de resíduos tiveram queda de -2,2%.
Os Serviços também mostraram progresso, especialmente em Informação e comunicação (crescimento de 6,2%) e Atividades financeiras, com aumento de 2,7%. Dessa forma, o PIB apresenta uma composição cada vez mais diversificada e resiliente.



