A produção industrial brasileira apresentou um crescimento modesto de 0,1% em outubro de 2023, quando comparada ao mês anterior, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. Com esse resultado, a produção supera em 2,4% os níveis registrados antes da pandemia, em fevereiro de 2020, mas ainda se encontra 14,8% abaixo do pico histórico alcançado em maio de 2011.
Ao considerar a comparação com o mesmo mês do ano passado, a produção industrial registrou uma queda de 0,5%. As previsões de economistas consultados pela Reuters apontavam uma alta de 0,4% na comparação mensal e um crescimento de 0,2% em relação ao mesmo período de 2022.
Em termos acumulados, o setor industrial brasileiro avançou 0,8% desde o início do ano e 0,9% nos últimos doze meses. Embora continue apresentando crescimento, houve uma desaceleração em comparação a meses anteriores. Os dados são parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada pelo IBGE.
De acordo com o IBGE, três das quatro principais categorias econômicas e 12 dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram crescimento na produção em outubro, considerando o ajuste sazonal. Destaque para as indústrias extrativas, que cresceram 3,6%, impulsionadas pela maior extração de petróleo, minério de ferro e gás natural. André Macedo, gerente da pesquisa, informou que esse crescimento compensou a queda de 1,7% acumulada em agosto e setembro deste ano.
Outros setores que contribuíram positivamente incluem:
- Produtos alimentícios: **0,9%**
- Veículos automotores, reboques e carrocerias: **2,0%**
- Produtos químicos: **1,3%**
- Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos: **4,1%**
- Confecção de artigos do vestuário e acessórios: **3,8%**
Por outro lado, treze atividades apresentaram recuo na produção. Entre as que mais impactaram negativamente, destacam-se:
- Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis: **-3,9%**
- Produtos farmoquímicos e farmacêuticos: **-10,8%**
O setor de derivados de petróleo foi afetado por paralisações nas unidades produtivas, enquanto a indústria farmacêutica acumulou uma perda de 19,8% em dois meses. Este setor havia registrado um aumento significativo de 28,6% entre maio e agosto de 2023. Outras áreas que contribuíram para o desempenho negativo incluem impressão e reprodução de gravações (-28,6%) e produtos do fumo (-19,5%).
Além das informações do IBGE, a análise foi complementada por dados da Reuters e da Agência de Notícias do IBGE.



