Uma pesquisa recente da XP, que envolveu 25 gestoras multimercados, revela um cenário de cautela no curto prazo, mas um forte otimismo para 2026. Quase a totalidade dos gestores (98%) projeta que a Selic será mantida em 15% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que ocorre nesta quarta-feira, 10 de outubro.
A atenção do mercado se volta, no entanto, para o cenário internacional. Há uma expectativa de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, anuncie um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, o que leva os gestores brasileiros a ajustar suas carteiras. Muitos estão aumentando a exposição à bolsa brasileira e apostando na diminuição das taxas futuras de juros.
Realizada entre 26 de novembro e 4 de dezembro, a pesquisa ainda destaca o chamado “bull market silencioso” na bolsa brasileira, onde o Ibovespa apresentou uma valorização de 53% em dólar até o momento, superando a média dos mercados emergentes (27,1%) e a média global (19,5%). Contudo, esse crescimento não tem gerado euforia entre os investidores locais, que até novembro retiraram R$ 52,8 bilhões de fundos de ações, o maior volume de saídas registrado.
Quanto às projeções econômicas, a expectativa para o IPCA de 2025 caiu de 5,75% para 4,27%, enquanto a previsão para o PIB subiu de 2,06% para 2,16%.
No mercado cambial, após um pico de otimismo em novembro, onde 76% dos gestores estavam comprados na moeda brasileira, a posição recuou para 57% em dezembro, mas a maioria ainda aposta na desvalorização do dólar, com 67% das posições vendidas na moeda americana no final do ano.
Esses dados refletem um movimento de ajuste diante da expectativa de cortes na Selic e um exame mais crítico das condições da economia brasileira.



