O dólar apresentou uma queda nesta terça-feira (13), com a inflação nos Estados Unidos ficando abaixo das expectativas do mercado e os investidores aguardando a decisão de juros do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, que será divulgada na quarta-feira (14).
Às 9h30, a moeda norte-americana registrou uma queda de 0,24%, sendo cotada a R$ 4,8546. Confira outras cotações.
Na sexta-feira passada (9), o dólar teve uma queda de 0,20%, cotado a R$ 4,8665, alcançando o menor valor em um ano. Com esse resultado, a moeda acumula as seguintes quedas:
- 4,07% no mês;
- 7,80% no ano.
Principais influências no mercado financeiro:
1. Dados de inflação nos Estados Unidos e decisão do Federal Reserve (Fed):
Os investidores estão aguardando os dados de inflação nos Estados Unidos e a decisão de juros do Fed, que será divulgada nesta quarta-feira (14).
Apesar do otimismo dos investidores em relação à possibilidade de manutenção dos juros pelo banco central norte-americano, as projeções ainda indicam um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros dos EUA.
2. Inflação nos Estados Unidos:
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou o índice de preços ao consumidor (CPI) de maio, que ficou abaixo das expectativas do mercado.
A alta foi de 0,1% no mês, e a inflação acumulada nos últimos 12 meses nos EUA é de 4%.
Essa foi a menor alta em 12 meses desde março de 2021, segundo o Departamento do Trabalho dos EUA.
As estimativas apontavam uma alta de 0,2% no mês e de 4,1% no ano. Em abril, o índice teve uma alta de 0,4% e acumulou 4,9% nos últimos 12 meses.
O núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, teve uma alta de 0,4% em maio, o mesmo resultado de abril. A alta acumulada nos últimos 12 meses foi de 5,3% nessa categoria.
3. Influências internacionais:
A Opep manteve estável sua previsão de crescimento da demanda global por petróleo em 2023, em seu relatório mensal.
A previsão é de um aumento de 2,35 milhões de barris por dia, ou 2,4%, na demanda mundial de petróleo em 2023.
A Opep ressaltou que a economia mundial enfrenta incertezas crescentes e um crescimento mais lento na segunda metade do ano, devido à alta inflação contínua, às principais taxas de juros já elevadas e aos mercados de trabalho apertados.
Além disso, o conflito geopolítico na Europa Oriental, em relação à Ucrânia, ainda não tem
uma resolução clara, segundo a Opep.
4. Mercado financeiro nacional:
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a produção da indústria brasileira teve uma queda em dez dos 15 locais pesquisados em abril, em comparação com março.
O IBGE já havia mostrado anteriormente que a indústria teve uma redução de 0,6% em abril. Agora, os dados mostram quedas mais intensas em Amazonas (-14,2%) e Pernambuco (-5,5%), enquanto o Rio Grande do Sul registrou o maior avanço, com 2,2%.
São Paulo, o principal parque industrial do país, teve uma queda de 0,2% na produção em abril em relação a março. As maiores quedas foram observadas em Minas Gerais (-3%) e Rio de Janeiro (-1,8%).
Em comparação com abril de 2022, a produção industrial caiu em 12 dos 18 locais pesquisados, resultando em uma queda de 2,7% na produção industrial nacional.
A queda na produção industrial nacional em abril de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior, reflete os desafios enfrentados pelo setor.
Diversos fatores contribuíram para esse resultado, como a escassez de insumos, aumentos nos custos de produção e incertezas econômicas.
Outrossim, no cenário doméstico, o Brasil também enfrenta questões relacionadas à política e às reformas estruturais. O ritmo de vacinação contra a COVID-19 e a evolução da pandemia continuam influenciando a retomada econômica.
No entanto, é importante destacar que existem perspectivas positivas para a economia brasileira. Com a melhora da situação sanitária, espera-se que haja um aumento na demanda interna e externa, impulsionando a atividade industrial nos próximos meses.
No âmbito internacional, é fundamental monitorar o desdobramento das políticas monetárias dos principais bancos centrais, como o Federal Reserve nos Estados Unidos.
E também por decisões relacionadas às taxas de juros podem impactar o fluxo de capitais e, consequentemente, as moedas de países emergentes, como o Brasil.
Em resumo, a queda na produção industrial nacional em abril destaca os desafios enfrentados pelo setor, mas há expectativas de uma retomada gradual.
A evolução da pandemia, as reformas estruturais e os acontecimentos internacionais continuarão influenciando o desempenho econômico do país nos próximos meses.