Leilão desta quinta (28) é o segundo com mais investimentos contratados da história. Valores são remunerados por receita fixada e têm reflexos na conta de luz. O governo federal garantiu R$ 18,2 bilhões em investimentos na construção de linhas de transmissão de energia, em leilão realizado nesta quinta-feira (28) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em São Paulo.
Todos os lotes foram arrematados, em um certame disputado por mais de 20 empresas e consórcios. A Eletrobras saiu como a principal vencedora do leilão, e garantiu quatro dos 15 lotes.
Veja as vencedoras:
Lote 1 (obras no Ceará e Piauí) – Eletrobras
Lote 2 (Piauí) – Grupo EDP
Lote 3 (Ceará) – Eletrobras
Lote 4 (Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas) – FIP Warehouse
Lote 5 (Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia) – Eletrobras
Lote 6 (Bahia e Minas Gerais) – FIP Warehouse
Lote 7 (Bahia, Tocantins e Piauí) – Grupo EDP
Lote 8 (Rio de Janeiro) – Brasiluz
Lote 9 (Santa Catarina) – Eletrobras
Lote 10 (São Paulo) – Cox Brasil
Lote 11 (Mato Grosso do Sul) – Consórcio Paraná IV
Lote 12 (Maranhão e Piauí) – Energisa
Lote 13 (Piauí, Maranhão e Tocantins) – Grupo EDP
Lote 14 (Bahia) – FIP Warehouse
Lote 15 (Minas Gerais) – Consórcio Olympus XVII
Em nota, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que os leilões de transmissão “demonstram a confiança no Brasil”.
“Players nacionais e internacionais que participaram ativamente promovendo mais de 40% em média de desconto nesses leilões. Serão mais de 350 mil empregos diretos”, declarou.
O leilão prevê a construção de 6.464 quilômetros de novas linhas, com a estimativa de criação de 34,9 mil empregos, segundo a Aneel.
O leilão é feito por deságio. Ou seja, arremata o lote a empresa que oferecer a menor Receita Anual Permitida (RAP) – valor fixado para remunerar os investimentos feitos.
Segundo a diretora da Aneel, Agnes Costa, o deságio médio foi de 40,8% – ou seja, as receitas das empresas serão menores que o valor máximo estabelecido pela agência.
A diretora afirma que isso representa uma economia de cerca de R$ 60 bilhões para os consumidores ao longo de 30 anos, período de concessão das infraestruturas.
Entenda o certame
O sistema elétrico é organizado em geração, transmissão e distribuição. As usinas geradoras de energia se conectam à rede de transmissão, que corta o país e é operada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Por meio de leilões, o governo contrata a construção e manutenção das linhas de transmissão por meio de leilões. As usinas conectadas ao sistema usam essas linhas para fornecer energia.
Com o sucesso do certame, o leilão de transmissão desta quinta-feira (28) é o segundo com mais investimentos contratados da história.
O topo do ranking é ocupado pelo certame realizado em dezembro do ano passado, que movimentou R$ 19,7 bilhões. O recorde anterior havia sido estabelecido ainda em 2023, com o primeiro certame do ano, que contratou R$ 15,7 bilhões.
Energia renovável
Os investimentos bilionários em redes de transmissão estão associados à expansão das usinas de energia renovável no Brasil, principalmente solar e eólica no Nordeste e no norte de Minas Gerais.
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Para escoar a produção até os consumidores, concentrados na região Sudeste, o governo contrata a construção dessa infraestrutura. Os investimentos são remunerados pela Receita Anual Permitida (RAP) das transmissoras, fixada pela Aneel e com reflexos na conta de luz.
Em entrevista a jornalistas, nesta quinta-feira (28), o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmou que os investimentos em transmissão são a parcela de custo que mais cresce na conta de luz.
“De 2023 até o ciclo de 2024, que se encerram as grandes interligações para escoamento de energias renováveis, nós teremos investimentos da ordem de R$ 60 bilhões, que serão integralmente revertidos em tarifa”, declarou.
Em leilão disputado, governo garante R$ 18,2 bilhões em investimentos em transmissão de energia
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