PEQUIM, 9 de dezembro (Reuters) – O primeiro-ministro da China, Li Qiang, fez um apelo a parceiros comerciais para que rejeitem o aumento do protecionismo, um dia após a China registrar um superávit comercial histórico de US$ 1 trilhão, impulsionado por um aumento nas exportações para mercados fora dos Estados Unidos.
Atualmente, Pequim enfrenta crescentes pressões de seus principais parceiros comerciais, além dos EUA, que exigem que a China reforme sua economia de US$ 19 trilhões e diminua a dependência das exportações como motor do crescimento.
Li Qiang também instou os líderes do FMI, do Banco Mundial e da Organização Mundial do Comércio a reforçar a governança global, diante do aumento de países que impõem tarifas sobre produtos importados, incluindo a China.
“Desde o início do ano, a ameaça de tarifas paira sobre a economia global, com restrições comerciais se proliferando e impactando severamente a atividade econômica”, afirmou Li durante o evento “Diálogo 1+10” em Pequim, que contou com a presença de autoridades da OCDE e da Organização Internacional do Trabalho. “As consequências destrutivas das tarifas estão cada vez mais evidentes e os apelos para a defesa do livre comércio se intensificam”, acrescentou.
Analistas apontam que o superávit comercial da China e sua resistência em se afastar de uma economia orientada para exportação estão diretamente ligados ao aumento do uso de tarifas globalmente. Contudo, relatam que não há muitos incentivos para Pequim mudar de direção, apesar das crescentes pressões internacionais. Li Qiang destacou que “a demanda do vasto mercado chinês será liberada a um ritmo mais acelerado” nos próximos cinco anos, embora a paciência dos líderes mundiais pareça estar se esgotando.
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou no domingo que pressionou Pequim com a possibilidade de tarifas durante sua visita de Estado na semana anterior, que coincidiu com a divulgação pela Comissão Europeia de planos para aumentar a resiliência da Europa frente a ameaças, incluindo escassez de terras raras e práticas de dumping.



