Democratas do Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos divulgaram nesta sexta-feira fotos da propriedade de Jeffrey Epstein, o financista falecido que foi condenado por crimes sexuais. As imagens mostram várias figuras poderosas que estiveram associadas a Epstein, incluindo o ex-presidente Donald Trump, o ex-presidente Bill Clinton, o empresário Bill Gates, Steve Bannon, Richard Branson e outros.
As fotografias já relacionavam alguns desses homens a Epstein, mas a divulgação pode fornecer novas informações sobre a profundidade dessas relações. No total, foram apresentadas 19 imagens, que, segundo os democratas, foram obtidas na propriedade de Epstein. As fotos indicam que o financista mantinha conexões com diversas personalidades de destaque, cujos laços estão sendo analisados.
Uma das fotos divulgadas mostra Trump ao lado de seis mulheres usando colares havaianos, enquanto outra revela uma tigela de camisinhas de natal com caricaturas de Trump e a frase “I’m HUUUUGE!” Os itens, vendidos por uma loja de novidades em Nova York, foram catalogados como um “condom de sátira política”.
Outras imagens incluem Bannon e Epstein tirando uma foto em um espelho, Clinton com Epstein e Ghislaine Maxwell, além de Gates com o ex-príncipe Andrew. Também aparecem ex-alunos de Harvard, como Larry Summers e o advogado Alan Dershowitz. As imagens, no entanto, não mostram condutas sexuais indevidas, nem são acreditadas como retratos de menores de idade. Não está claro quando ou onde as fotos foram tiradas.
Em resposta à divulgação, a porta-voz da Casa Branca, Abigail Jackson, disse que os democratas estão liberando fotos de forma seletiva para criar uma narrativa falsa. Ela também mencionou casos de democratas que tiveram experiências relacionadas a Epstein, como a representante Stacey Plaskett, que trocou mensagens com Epstein durante uma audiência no Congresso em 2019. Plaskett tinha chamado Epstein para participar de um jantar beneficente em 2013, que o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, não se lembra.
O comitê republicano que obteve as imagens faz parte de uma investigação contínua. Ele já liberou dezenas de milhares de documentos e comunicações coletados da propriedade de Epstein, que estão abrindo novos caminhos na investigação. Recentemente, os advogados da propriedade informaram ao comitê que poderiam revisar vídeos e fotos solicitados que foram tirados em propriedades ligadas a Epstein entre 1990 e 2019.
O deputado Robert Garcia, principal democrata no Comitê de Supervisão, destacou a importância das fotos liberadas e afirmou que os democratas apenas examinaram cerca de 25% das 95 mil fotos disponíveis, e que qualquer material que for divulgado é significativo e deve ser avaliado pelo público. Ele ressaltou que é momento de pôr fim à encoberta da Casa Branca e trazer justiça para as vítimas de Epstein.
Garcia pediu que a administração liberasse os arquivos disponíveis antes do prazo estabelecido para a divulgação de todos os documentos relacionados a Epstein, estipulado pela nova lei aprovada no Congresso, que expira em 19 de dezembro. O deputado Thomas Massie alertou que não cumprir esse prazo será considerado crime.
O escândalo envolvendo Epstein trouxe repercussões profissionais para alguns associados. Larry Summers, que se afastou da presidência da Harvard, expressou profundo arrependimento por suas conexões com Epstein. O ex-príncipe Andrew também se afastou de suas funções reais, embora negue qualquer acusação de má conduta.
Em meio a esta situação, a pressão pública e política para desvendar as conexões de Epstein com figuras importantes continua crescendo, à medida que novos detalhes vão sendo revelados e o interesse pela transparência em relação ao caso se intensifica.



