Há uma possibilidade real de a poupança, um dos investimentos favoritos dos brasileiros, estar enfrentando um declínio em sua popularidade. Isso é evidenciado por uma série de saques que superam os depósitos nos últimos anos.
De acordo com dados do Banco Central, desde 2021, a caderneta de poupança tem experimentado uma captação líquida negativa, com saques superando os depósitos em bilhões de reais.
Em 2024, essa fuga de recursos já atinge a marca de R$ 24 bilhões, representando uma redução de quase 6% no volume total de recursos desde dezembro de 2021.
Embora seja prematuro afirmar que a poupança está com os dias contados, é evidente que esse investimento está se tornando menos atrativo para o público em geral. Isso se deve, em grande parte, ao fato de que outros tipos de investimentos oferecem maior rentabilidade e baixo risco.
Além disso, a alta taxa de endividamento dos brasileiros também tem contribuído para os saques da poupança. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), quase 78% das famílias estão endividadas, sendo que mais de 28% estão inadimplentes. Embora esses números estejam em declínio, há projeções de que o endividamento aumente ainda mais até o final do ano.
Em termos de rentabilidade, a poupança vem perdendo atratividade em comparação com outros investimentos. Por exemplo, em 2023, seu rendimento líquido foi de 8,03%, enquanto atualmente está em torno de 6,17% ao ano, mais a variação da TR.
Uma alternativa ao investimento na poupança é o Certificado de Depósito Bancário (CDB), que oferece características semelhantes, como segurança e liquidez, mas tende a oferecer rendimentos superiores.
Apesar dessas mudanças, a poupança ainda possui vantagens, como segurança, liquidez e isenção de imposto de renda. Além disso, é uma importante fonte de recursos para o financiamento imobiliário e um instrumento de educação financeira para muitos brasileiros.
Em última análise, a escolha entre a poupança e outros investimentos como o CDB depende dos objetivos do investidor e do seu perfil de risco. O importante é investir com inteligência, considerando sempre a melhor relação entre risco e retorno.