Ana de Armas participou de uma conversa durante o Festival Internacional de Cinema do Mar Vermelho, na Arábia Saudita, onde falou sobre sua trajetória profissional e sua amizade com Keanu Reeves. A atriz cubana, que se tornou uma estrela renomada em Hollywood, compartilhou detalhes de sua carreira, desde suas origens em Cuba até seus papéis em grandes produções.
Ana relembrou o primeiro encontro com Reeves, que aconteceu há mais de dez anos, quando ela se mudou para Los Angeles e atuou no filme “Knock Knock”, dirigido por Eli Roth. Na época, ela ainda não dominava o inglês. Apesar das dificuldades de comunicação, Ana mencionou que a experiência foi divertida e que surgiu uma forte amizade entre eles. Ela descreveu Reeves como alguém muito gentil e generoso, que a ajudou a se sentir acolhida em Hollywood.
A recente colaboração com Reeves em “Ballerina”, um filme derivado da franquia “John Wick”, foi especialmente significativa para Ana. Para ela, esse reencontro representou um ciclo completo em sua carreira. Ana destacou a importância do apoio de Reeves e do diretor Chad Stahelski, que criaram um mundo cinematográfico rico com os filmes da franquia.
Durante a conversa, Ana falou sobre sua evolução como atriz de ação, algo que não era planejado. Ela explicou que, ao longo de sua carreira, começou a se envolver em filmes de ação, começando por “No Time to Die”, seguida de “The Gray Man”, “Ghosted” e, finalmente, “Ballerina”. Cada um desses papéis trouxe novos desafios. Ana enfatizou que a preparação física para “Ballerina” foi intensa e exigente, com meses de treinamento que continuaram durante as filmagens. Apesar da exaustão, ela se divertiu e aprendeu muito com a experiência.
A atriz também refletiu sobre sua infância em Cuba, onde se apresentava com amigos e já demonstrava vocação para a atuação. Desde pequena, Ana sonhava em ser atriz e não tinha um plano alternativo. Durante seus estudos em uma escola de teatro em Havana, ela conseguiu seu primeiro papel no cinema, o que a levou a decidirencerrar suas atividades escolares antes do previsto, pois entendia que a experiência no set de filmagem era mais valiosa.
Com o desejo de encontrar melhores oportunidades, Ana mudou-se sozinha para Madrid aos 18 anos, com apenas 300 euros economizados de seus primeiros trabalhos. Ela recordou que esse valor não durou muito, e no início precisou dormir no sofá de um amigo até conseguir um papel em uma popular série de televisão espanhola, que a tornou famosa. Contudo, a popularidade veio acompanhada de uma certa frustração, pois ela acabava sendo escalada para papéis similares. Assim, decidiu que precisava partir para buscar novos desafios.
Ana se mudou para Los Angeles com apenas três malas e seu cachorro, sem falar inglês. Apesar das dificuldades, ela se dedicou completamente a construir sua carreira. O verdadeiro reconhecimento veio com “Blade Runner 2049”, que ela descreveu como um sonho. A experiência de trabalhar com diretores e atores renomados, como Denis Villeneuve, Ryan Gosling e Harrison Ford, foi marcante para ela.
Ana também falou sobre seu papel em “No Time to Die”, que alterou sua trajetória. O diretor Cary Fukunaga a chamou para interpretar uma agente cubana, e ela ficou determinada a fazer o papel. Além disso, sua interpretação de Marilyn Monroe no filme “Blonde” lhe rendeu uma indicação ao Oscar, transformando sua visão sobre a atuação. Ana descreveu o trabalho nesse filme como desafiador e gratificante, pois o diretor Andrew Dominik a incentivou a explorar novas facetas de sua atuação.
No final da conversa, Ela mencionou a luta contínua por papéis que sejam desafiadores. Ana afirmou que, ao longo de sua carreira, sempre buscou ativamente as oportunidades que deseja, em vez de esperar que o mercado a apontasse os caminhos. Apesar de seu recente sucesso em filmes de ação, ela expressou preocupação com a possibilidade de ser rotulada apenas nesse tipo de papel, ressaltando seu desejo de diversificar suas escolhas profissionais.
O Festival Internacional de Cinema do Mar Vermelho segue até 13 de dezembro.



