A Assembleia da Indiana aprovou na última sexta-feira um novo mapa eleitoral que pode garantir aos republicanos mais dois assentos nas eleições do Congresso. A votação na Câmara, onde a proposta recebeu apoio majoritário, foi de 57 votos a favor e 41 contra. Contudo, os líderes republicanos no Senado da Indiana afirmaram que ainda não há apoio suficiente para a aprovação do mapa, que pretende dar ao Partido Republicano controle sobre os nove distritos eleitorais do estado.
O governo federal, sob pressão do ex-presidente Donald Trump, vem insistindo para que os legisladores da Indiana revisem o mapa antes das eleições parlamentares do próximo ano. Trump expressou sua pressão publicamente nas redes sociais, pedindo que o Senado estadual aprove o mapa rapidamente. Ele mencionou um grupo de nove senadores que, segundo ele, precisam de incentivo para apoiar a proposta. Os senadores, que incluem Jim Buck e Brian Buchanan, não se pronunciaram imediatamente sobre a questão.
A disputa em torno do novo mapa eleitoral gerou divisões intensas e algumas ameaças, incluindo tentativas de “swatting”, quando falsas denúncias policiais são feitas para provocar uma resposta alarmante da polícia. Pelo menos onze republicanos eleitos na Indiana foram alvos dessas ações, incluindo alguns senadores que Trump citou em seu post.
No Congresso, os representantes André Carson e Frank Mrvan são os únicos democratas que representam o estado. O novo mapa desenhado pelos republicanos prevê a fragmentação de suas regiões eleitorais, dividindo Indianapolis em quatro distritos e repartindo a parte noroeste do estado, que tende a votar no Partido Democrata, em duas áreas eleitorais.
O deputado Ben Smaltz, responsável por introduzir a legislação, afirmou que o mapa foi elaborado com a política em mente e que foi desenvolvido pelo National Republican Redistricting Trust, o mesmo grupo que criou o novo mapa do Texas. O projeto passou pela Câmara após mais de três horas de debate, no qual muitos democratas expressaram condenação e críticas à medida.
O líder da minoria na Assembleia, Phil GiaQuinta, denunciou que a proposta é um ataque direto ao sistema democrático e ignora as demandas dos cidadãos da Indiana. O deputado Matt Pierce também criticou a pressa na elaboração do novo mapa, ressaltando que torna difícil para um congressista representar regiões tão distintas dentro de um mesmo distrito.
Enquanto alguns membros da Assembleia se manifestaram brevemente em apoio ao novo mapa, apenas Smaltz defendeu a proposta durante o debate. Ele argumentou que a lei permite que os legisladores revisem os mapas conforme as circunstâncias exigirem, embora a atualização ocorra em um contexto de crescente polarização política.
A Indiana se junta a outros estados que, sob a direção de Trump, estão revisando seus mapas eleitorais em um movimento agressivo de redistritamento. Recentemente, a Suprema Corte dos Estados Unidos permitiu que o Texas usasse seu novo mapa eleitoral, que pode resultar em um ganho de até cinco cadeiras nas próximas eleições. Estados como Missouri e Carolina do Norte também implementaram novas divisões que podem favorecer os republicanos, enquanto legisladores em Ohio adotaram linhas que podem trazer um leve aumento para o partido. Ao mesmo tempo, o processo de revisão de mapas já teve início em Florida e Virginia, com evolução prevista para o próximo ano.



