Embora tenha registrado uma leve alta em outubro, a indústria brasileira enfrenta um cenário de pessimismo persistente, com 10 meses consecutivos de desconfiança, de acordo com o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), divulgado nesta segunda-feira, 13 de outubro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador subiu 1 ponto, atingindo 47,2 pontos, mas ainda permanece abaixo da linha dos 50 pontos, que delimita a confiança entre os empresários.
Desde janeiro, o Icei tem se mantido abaixo dessa marca, indicando um cenário desfavorável. Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, destacou que é prematuro falar sobre uma reversão desse quadro, apesar do leve avanço registrado neste mês.
Azevedo observou que o final do ano costuma trazer melhores condições para a indústria, refletindo positivamente nas expectativas. No entanto, ele reiterou que a falta de confiança, que se estende desde o início do ano, provavelmente não será totalmente revertida.
Componentes do Índice
Os dois componentes que compõem o Icei apresentaram melhora em outubro. O Índice de Condições Atuais subiu 1,3 ponto, passando de 41,9 pontos para 43,2 pontos. Essa elevação indica uma percepção menos negativa por parte dos empresários sobre a situação atual das empresas e da economia brasileira, embora o indicador continue abaixo de 50, sugerindo que, para muitos, as condições atuais ainda são piores em comparação com há seis meses.
Por outro lado, o Índice de Expectativas, que avalia as perspectivas para os próximos seis meses, avançou 2,9 pontos, alcançando 49,1 pontos. Este é o terceiro aumento consecutivo do índice, o que aponta uma ligeira diminuição do pessimismo entre os empresários, embora as expectativas ainda sejam predominantemente negativas.
A melhoria nas expectativas é impulsionada principalmente por previsões econômicas menos pessimistas e uma visão mais otimista em relação ao desempenho das próprias empresas. A pesquisa que embasou o Icei foi realizada entre 1º e 7 de outubro, abrangendo 1.164 empresas industriais em todo o Brasil: 458 de pequeno porte, 444 de médio porte e 262 grandes indústrias.